Uma matéria do colunista Jamil Chade, do UOL, revela que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva optou por não aderir a uma coalizão formada por 40 nações que, no âmbito das Nações Unidas (ONU), denunciaram o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Nesta terça-feira, o grupo, liderado pela Argentina, condenou o regime venezuelano e solicitou a libertação incondicional dos presos políticos.
O governo da Argentina encabeçou a iniciativa, intensificada após o reconhecimento da vitória de Maduro nas últimas eleições. O governo de Javier Milei classificou o pleito como fraudulento, o que resultou na expulsão de diplomatas argentinos de Caracas. No entanto, a situação complicou-se devido à presença de seis opositores venezuelanos na embaixada argentina, que buscavam refúgio da repressão.
A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, liderou as críticas ao presidente venezuelano durante a reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Em seu discurso, ela expressou “profunda preocupação com a grave crise estrutural dos direitos humanos na Venezuela, que se agravou ainda mais em 2024, no contexto do recente processo eleitoral”.
Mondino destacou que, desde as eleições de 28 de julho, a situação no país tem se deteriorado rapidamente. “Nas semanas que se seguiram às eleições de 28 de julho, a situação dos direitos humanos piorou em um ritmo alarmante”, afirmou ela.
A ministra relatou uma série de abusos, incluindo prisões arbitrárias de opositores políticos, jornalistas e manifestantes, além de desaparecimentos forçados, uso excessivo da força por agentes do Estado e milícias civis armadas, os chamados “coletivos”. Também mencionou o cancelamento de passaportes de jornalistas e ativistas, bem como a perseguição judicial contra o candidato presidencial Edmundo González, que deixou o país para se exilar na Espanha.
De acordo com o jornalista Jamil Chade, a posição do governo brasileiro seria de que, “em um momento de tensão”, e com a retirada do controle sobre a embaixada argentina, a adesão à condenação não contribuiria para resolver a situação.
Ainda segundo a reportagem, o Itamaraty afirma que só deixará o posto diplomático quando for encontrado outro país disposto a assumir a responsabilidade pela segurança do local.
Uol