Foco de interesse do governo desde a posse de Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência da República, o gerenciamento dos imóveis federais está sem comando oficial. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU), controladora de propriedades estimadas em mais de R$ 940 bilhões, está há um mês sem titular. No meio tempo, assumiu interinamente o coronel Mauro Benedito de Santana Filho. Secretário adjunto nomeado há 10 dias, ele sequer aparece no site da própria secretaria.
A área interessa ao governo em função do projeto de vender os imóveis para capitalizar os cofres públicos. Logo após a primeira reunião entre os ministros, o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou à imprensa que a União tinha cerca de 700 mil imóveis próprios. A missão das pastas, explicou, era identificar quais propriedades eram ligadas a cada ministério para a venda ou o uso “racionalizado” dos bens.
Nessa mesma ocasião, Lorenzoni determinou um pente-fino nos funcionários comissionados dos ministérios. A meta era tirar pessoas ligadas ao PT do governo. Foi aí que o antigo secretário da SPU, Sidrack Correia Neto, entrou em cena. Apadrinhado político do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), em 10 de janeiro, ele contrariou o governo e fez uma portaria determinando que as vagas comissionadas deveriam ser “preferencialmente” preenchidas por servidores que já estivessem lotados na secretaria. O inverso do que foi determinado por Lorenzoni.