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Thiago Silva, sobre erguer taça do hexa: ‘Sonho com esse momento todos os dias’

201406100822150000007110Se o Brasil conquistar a Copa pela sexta vez, caberá a Thiago Silva repetir o ritual que já eternizou Bellini, Mauro Ramos, Carlos Alberto Torres, Dunga e Cafu: levantar a taça de campeão. Escolhido pelo técnico Luiz Felipe Scolari para ser o capitão da seleção no Mundial de 2014, com início daqui a dois dias, o zagueiro do Paris Saint-Germain já teve uma prévia de como será esse momento, na campanha vencedora na Copa das Confederações do ano passado, no mesmo Maracanã onde almeja estar no dia 13 de julho, na decisão do torneio.

“Eu sonho com esse momento todos os dias. Seria a minha maior realização profissional”, confessou Thiago Silva ao iG Esporte.

Reserva em 2010, na África do Sul, o jogador de 29 anos chega à segunda Copa da carreira com status de melhor zagueiro em atividade. Por seu clube, formará na próxima temporada europeia a “melhor defesa do mundo”, já que o PSG contratou David Luiz, seu parceiro de zaga na seleção brasileira. A caminhada para a realização do sonho do carioca revelado pelo Fluminense tem início na próxima quinta-feira, na Arena Corinthians, em São Paulo, com o jogo de abertura do Mundial, entre Brasil e Croácia.

iG Esporte: O que o credencia a ser capitão da seleção brasileira nesta Copa? O que o levou a ganhar a confiança do treinador e do grupo para atingir esse patamar?

Thiago Silva: Da última Copa para cá, amadureci muito. Felizmente, consegui manter meu nível de atuações tanto nos clubes como na seleção e conquistar a confiança dos treinadores. Eu me sinto preparado para essa importante missão.

Se a seleção for campeã mundial em 2014, caberá a você repetir o gesto que outros cinco capitães já fizeram, mas vencer a Copa no Brasil pode fazer o ato de levantar a taça ainda mais especial. Já pensou nesse momento, que você já teve um aperitivo na Copa das Confederações? Pensa em fazer algo especial, diferente?
Eu sonho com esse momento todos os dias. Seria a minha maior realização profissional. Espero poder dar de presente esse título para minha família, meus amigos e o povo brasileiro, que irá nos ajudar demais. Pode ter certeza de que na hora de levantar a taça, vou caprichar!

Você é um dos seis jogadores convocados para 2014 com experiência em outras Copas. Acha que a falta de rodagem da maioria do elenco neste tipo de torneio pode ser prejudicial?
Acho que é algo relativo. Realmente temos alguns jogadores jovens, que terão uma responsabilidade gigantesca. Mas eu sinto que eles estão preparados para isso. Não começaram ontem, já têm uma certa bagagem, apesar da idade. Isso sem falar que temos diversos jogadores experientes para ajudá-los, como Júlio César, Dani Alves, Fred…

Neymar tem apenas 22 anos e deve ser um jogador muito visado, dentro e fora de campo. Você acha necessário preservá-lo mais antes e durante a Copa? Teme que algo possa desviá-lo do foco?
É necessário evitar uma exposição exagerada. Mas nada tira o foco dele. Ele quer muito ganhar esta Copa. Está totalmente voltado para isso, assim como todo o grupo selecionado.

Alguns jogadores, brasileiros e estrangeiros, chegarão às suas seleções bem desgastados por conta do fim de temporada na Europa. Há o risco de um ou outro chegar à Copa no limite fisicamente?
Não creio nisso. O trabalho de recuperação física será feito por grandes profissionais. Pouca gente se machucou, a maioria estará bem fisicamente.

Lucas, seu companheiro no Paris Saint-Germain, ficou fora da lista final para a Copa. Você conversou com ele após a convocação?
Falamos um pouco. É normal ficar chateado, mas tenho certeza de que ele não irá baixar a cabeça. Poderá ainda nos dar muitas alegrias.

Na Copa das Confederações, os protestos populares dividiram a atenção com a seleção brasileira. Há promessas de manifestações durante a Copa, por conta do gasto público com estádios, contra a Fifa. Como jogador e cidadão, você teme que problemas externos possam marcar a Copa no Brasil?
O povo está no direito dele de protestar em busca de um país melhor para todos viverem. Sabemos das dificuldades de muitos brasileiros no dia a dia. Mas não se pode confundir protesto com violência. A paz precisa sempre estar presente. Não acredito que os protestos irão marcar a Copa. Eles irão existir, mas a alegria do povo brasileiro em receber uma Copa do Mundo e poder torcer pela própria seleção dentro de casa será maior.

IG.

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