É bem verdade que as manifestações do ultimo domingo contra a corrupção ficaram à quem do esperado, principalmente no nosso Estado. Foram 2 milhões de pessoas a nível nacional nas ruas protestando de forma pacífica contra a corrupção e contra o governo do PT, que hoje encontra-se atolado de denúncias e condenações contra os membros da cúpula do partido. Mesmo com tanta gente indo as ruas, faltou aos manifestantes uma melhor organização e coordenação do evento, faltou na verdade, os líderes políticos de oposição no país nortearem as manifestações dando um direção objetiva e um discurso coerente para que se mude alguma coisa em nosso país. Participar por participar é muito fácil, agora ficam algumas perguntas no ar, porque vários líderes de oposição no país não foram as ruas? Porque não pautaram os protestos? Será que alguns deles têm o “rabo preso”? Será que estão envolvidos no esquema de corrupção investigado pela operação lava jato?
Trazendo o foco para o nosso Estado, o que vimos no último domingo foi uma manifestação pífia, fraquíssima, não só pela falta de gente, mas pela falta de discurso. Com cerca de 600 pessoas no busto de Tamandaré, o que de certa forma foi uma surpresa, pelo tanto que se falou em ir as ruas na última semana. Agora, todo esse fracasso se deve ao fato da falta de organização e despreparo por parte de quem comandou o evento, faltou objetivo, soluções e discussões de como mudar o país, a única coisa que se viu foi “Fora Dilma” e “Não à Corrupção”, ora, muito pouco para um Estado que tem o líder da oposição no Senado Federal. E que fique bem claro, que não culpo os membros organizadores não, acho que eles fizeram o seu papel dentro do que foi possível, culpo sim, os políticos que se dizem contra corrupção, contra o assalto aos cofres públicos e na hora “H” não nortearam e não conduziram as manifestações, a exemplo do senador Cássio Cunha Lima , que não compareceu ao evento. Parece que eles querem que o povo vá as ruas, mas não querem se “meter” nisso, como se não quisessem “sujar” as mãos, se é que podemos falar em “sujar” as mãos nesse caso, na verdade o que parece é que todo mundo está envolvido em alguma falcatrua e em caso de impeachment os escândalos vão estourar.
Uma coisa que me intriga nessa história de impeachment é a seguinte, saindo a presidenta Dilma, o que acontece depois? Assume o vice Michel Temer? São convocadas novas eleições? Assume o segundo colocado nas eleições de 2014? Esses são os temas que devem ser debatidos. Outro ponto de suma importância, se configurando algumas dessas 3 possibilidades elencadas, será que veremos a mudança do país? Será que a inflação vai baixar junto com desemprego, que já são realidades? Será que a corrupção será extinta ou pelo menos diminuída? Ou será que a governabilidade voltará, mas com o câncer da corrupção escondida debaixo do tapete? São essas as questões que têm que ser debatidas, pois não adianta apontar o dedo e dizer de quem é a culpa, temos que apresentar caminhos e soluções para o Brasil seguir, se é que queremos uma real mudança no país, visto que o problema não está só nos políticos, mas sim, no sistema político eleitoral brasileiro que está caduco e falido.
POR THIAGO BRAGA.
