Saúde

Risco de pegar mononucleose, “doença do beijo”, cresce durante a folia

Com o carnaval aí, a diversão é garantida, mas os cuidados com a saúde devem ser redobrados. A conhecida “doença do beijo”, a mononucleose, tem incidência elevada nesses dias de festa, segundo a médica infectologista Eliana Bicudo. O responsável pelo contágio é o vírus Epstein-Barr.

“O vírus é da família da herpes. A transmissão acontece pelas vias aéreas, pelo contato íntimo, especialmente pelo beijo. Por essa razão, intitularam a doença de Kissing Disease (doença do beijo), anos atrás, na Inglaterra”, destaca.

O infectologista pediatra Bruno Vaz deixa claro que não é o simples beijo social que ocasiona o contágio, mas sim o de namorados, com troca de saliva. A doença pode acometer crianças, mas a incidência maior é entre os 15 e os 25 anos. No caso de crianças, ele esclarece que pode ocorrer porque os pequenos compartilham brinquedos, objetos e alimentos que levam à boca, passando de um para o outro.

O diagnóstico é por exame clínico, de sangue e histórico do paciente. Os sintomas, segundo o infectologista, são o aumento dos gânglios, febre, infecção da garganta e da faringe.

“Pode atacar o fígado e aumentar o baço, mas é uma doença benigna e autolimitada. É muito raro haver complicações sérias. Não há tratamento específico. A recomendação é repouso e ingestão de muito líquido”

A mononucleose não é considerada uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), porque não é transmitida via ato sexual.

“O curioso é que ela pode ser transmitida pelo telefone. Uma pessoa contaminada usa e expele gotículas de saliva no celular, por exemplo. A outra que usar o mesmo aparelho, automaticamente, se contaminará”, afirma Eliana Bicudo.

O período de incubação varia de duas a quatro semanas e o vírus, mesmo depois de curado, pode permanecer por muitos anos no organismo, revela a médica. Objetos compartilhados, como copos, garrafas de bebida, entre outros, também são veículos transmissores, diz ela.

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