Brasil

Presidente questiona inquérito: “Querem me rotular como corrupto”

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que, na sua opinião, há exageros na investigação que envolve o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, no desvio de recursos eleitorais e que o objetivo final é atingi-lo.

“A intenção não é atingir o ministro. Não sei se é culpado, se é inocente. Pelo que eu sei até o momento há um exagero no inquérito. Vamos aguardar o desenrolar do processo, mas há um exagero e a intenção não é o Marcelo. Em primeiro lugar sou eu, Bolsonaro, querem me rotular como corrupto ou como dono de laranjal”, afirmou o presidente em sua live semanal.

O ministro do Turismo foi indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público por ter, como presidente do PSL de Minas Gerais, registrado candidaturas-laranjas para cumprir a cota de mulheres exigidas pela lei e ter usado o recurso recebido por eles do fundo eleitoral em sua própria campanha.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, depoimento dado à PF e uma planilha sugerem que o dinheiro de um suposto esquema do PSL em Minas Gerais foi desviado por caixa 2 às campanhas de Álvaro Antônio e do presidente, o que Bolsonaro nega.

Segundo o presidente, quem fez o inquérito “agiu de má fé” e que o investigado respondeu apenas “acho que sim” a uma pergunta sobre se os recursos poderiam ter sido usados na campanha presidencial. “Isso é uma covardia, quem fez esse inquérito agiu de má fé. Ou devia se aprofundar. Isso é pergunta que se faça? ‘Acho’ e bota lá?”, reclamou.

Juros em 4,5% ao ano – O presidente também afirmou na transmissão que, como a inflação está baixa e deve ficar abaixo do meio da meta, existe a possibilidade de a taxa Selic (taxa básica de juros) chegar ao fim do ano em 4,5% – hoje, está em 5,5%.

Ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, Bolsonaro comentou sobre o efeito da queda de juro sobre a dívida pública. Ele observou que, a cada ponto porcentual de queda no juro básico, a redução da dívida é da ordem de R$ 40,5 bilhões.

A Selic vem recuando no Brasil desde outubro de 2016, quando estava em 14,25% ao ano. No mês passado, o Banco Central anunciou um novo corte da taxa, para 5,50% ao ano – o menor patamar da série histórica. Uma Selic menor significa, na prática, uma redução do custo de captação de recursos pelos bancos. Em tese, isso abre espaço para que eles reduzam as taxas cobradas nas operações com as empresas e famílias.

Bolsonaro reconheceu, porém, que, apesar da Selic recuar, as taxas de juros do cheque especial continuam elevadas. Ele perguntou para o Guimarães sobre as taxas dessa linha, que deve ser emergencial, no banco estatal. O presidente da Caixa respondeu que o juro do cheque especial na instituição caiu de 14,99% para 8,99%.

Ao comentar sobre as taxas de juros praticadas pela Caixa, Bolsonaro frisou que não existe nenhuma interferência dele na Caixa. Bolsonaro afirmou que a Caixa é o banco “da matemática, de todos os brasileiros e dos mais humildes”.

Na transmissão, Bolsonaro elogiou sua equipe ministerial e, em especial, o ministro da Economia, Paulo Guedes. “O Brasil praticamente recuperou a confiança na Economia”, disse o presidente. Bolsonaro ainda afirmou que Paulo Guedes foi responsável pela transformação: “Mudou a minha cabeça em muita coisa”.

Brasil na fila para entrar na OCDE – Bolsonaro ainda disse que não houve mudança de posição dos Estados Unidos em relação ao apoio da entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas que outros países estão antes na fila antes.

“Estamos praticamente chegando lá, mas dois países estavam na nossa frente, Argentina e Romênia”, disse o presidente, justificando o recuo norte-americano. “O Brasil, vai chegar sua hora. Mas não é de hoje para amanhã, leva tempo. Nessa questão da OCDE continuamos firmes e fortes, se Deus quiser, daqui a um ano, um ano e meio estaremos lá.”

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