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Prefeito – Por André Aguiar

Fui procurar a etimologia da palavra Prefeito e verifiquei que tem origem no latim praefectus e lá diz que significa: “posto acima dos outros“, mas não parei por aí, e fui ao cerne, prae no latim significa antes e fectus significa feito, portanto, cheguei a conclusão que Prefeito é aquele que é “feito antes”.

Sim, entendi, é aquele que já foi experimentado, feito antes, tem experiências e vivência que o credencia para tal desiderato.

Em Roma, essa palavra era utilizada para referir-se aos mais variados cargos administrativos, fossem eles eletivos ou nomeados pelo imperador, ou ainda pelo senado.

Dentre o mais importante era o Prefeito de Roma (prefeito da cidade), que tinha o encargo de manter a paz e a ordem na cidade, supervisionava o comércio, atividade dos banqueiros, os teatros e as diversões públicas.

Com a evolução das instituições republicanas, a partir do séc. XIX, o termo passou a designar, como hoje, o responsável pelo poder executivo dos municípios.

Nos dias atuais, são bastante amplas as competências de um Prefeito Municipal, notadamente em uma cidade como a nossa Capital da Paraíba, com uma população que em breve chegará a um milhão de habitantes – se bem que incluindo a região metropolitana essa quantidade já se contempla -.

Elencar os problemas de João Pessoa aqui seria enfadonho, mas basta um olhar mais acurado para as periferias, que facilmente encontraremos, a violência urbana que está entre os mais graves, acrescido da má assistência de saúde e rede de esgoto, de transporte público e boas escolas, estão para a grande maioria em estado muito sofrível, para não ser mais incisivo.

João Pessoa deu as costas para seus rios principais, aqueles que lhe deram genetriz, esqueceu-se de seu lindo “cinturão verde”, abandonou as suas praças, caminha ainda sob as sombras do mau gerenciamento de seus recursos financeiros, bem como dos seus recursos naturais.

Nossa Capital, ainda respira ares provincianos e sob alguns aspectos e isso me parece positivo, com certo compadrio, facilita a vida das pessoas, quebra a sisudez do mundo contemporâneo, sem falar nas suas belezas naturais, de seus bairros antigos e históricos (muito abandonados), mas que nos remetem a um passado romântico de seu lindo povo nativo.

A Cidade de Nossa Senhora das Neves, recebeu e acolheu outros povos, de outras cidades, do sertão, passando pelo brejo e cariri, homens e mulheres que se fixaram em seus bairros e conjuntos habitacionais, hoje com vida própria, independentes, de certa forma, vide o bairro de mangabeira.

Para relaxar, gostaria de lembrar de histórias pitorescas de alguns prefeitos que por uma questão de conveniência vou omitir nomes.

Um ex-prefeito sofreu muito com as cheias do Rio da cidade.  Um repórter descobriu um ângulo especial para imagens de suas reportagens, juntamente com um cinegrafista que se esmerava e fazia dar a impressão de que quase toda a cidade estava alagada. As matérias iam todas para o ar e antes de uma das reportagens, o repórter ligou para o prefeito e perguntou:  Prefeito, muita água por aí?

O prefeito: – Nossa! Muita tudo debaixo d’água!… E acrescentou: até liguei para o presidente da câmara, para saber se eu poderia decretar “Estado de Utilidade Pública”. O vereador me corrigiu, dizendo: “não é Utilidade é Calamidade Pública” e que é preciso muita casa alagada para justificar.

O repórter: – e daí?

O prefeito: – Decretei assim mesmo. Se Deus quiser chove mais esta noite e alagar mais umas 100 casas.

Outra boa é daquele prefeito, que foi perguntado como estava a zona rural de sua cidade. Ele, de pronto, respondeu: “A zona eu mandei fechar, pois estava dando muita briga e a rural eu troquei num Jipe novinho!”

Tem ainda aquele que queria construir uma caixa d’água em um terreno muito declivoso, mas que mesmo assim mandou os técnicos da prefeitura fazer o projeto, mas eles disseram que não seria possível em razão da lei da gravidade.

O prefeito não se conteve e disse: se preocupem com isso não, pois eu tenho maioria na câmara e amanhã mesmo derrubo essa lei…. Dizem ainda que teve um eleitor que gritou; prefeito!!! Isso é uma lei federal…..

Pois bem, muito embora o humor nos ajude a caminhar, o assunto é sério. Em breve teremos a oportunidade de escolher mais uma vez, aquele que será o gestor dos destinos de João Pessoa, o nosso futuro, e dos nossos filhos e netos. Fiquemos atentos, portanto, às propostas dos candidatos e aos seus perfis.

Nesse ano teremos um importante embate no campo das ideias, notadamente nas mídias sociais, uma campanha curta, onde o tempo pode ser aliado ou adversário.

Escolhamos com sabedoria e muito discernimento o novo “alcaide” da Capital da Paraíba, bem como de tantos outros municípios espalhados pelo Estado da Paraíba e pelo Brasil.

Eis minha prece.

Por André Aguiar, em 27 de setembro de 2020.

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