Opinião

Portaria de Moro faz espertalhões do PSOL se assumirem como “Organização Criminosa”

Moro é um estrategista nato.

Se alguém ainda não acreditava, a portaria 666 afasta qualquer dúvida.

Foi feita para normatizar a questão da extradição de estrangeiros sob investigação criminal. O Brasil é mundialmente conhecido como o paraíso dos fugitivos. E não é de hoje. Tommaso Buscetta, o “Don Masino”, primeiro delator da história da Cosa Nostra, veio para o Brasil nas suas duas tentativas de fuga, ainda durante o regime militar. Até nos filme hollywoodianos, aqui é sempre um destino citado para criminosos que pretendem escapar da lei. Pra continuar citando italianos, temos os casos mais recentes de Cesare Batistti, que enfim foi deportado, ou Achille Lollo, um dos fundadores do PSOL, também homicida condenado, que vive há 2 décadas radicado no país.

A portaria deixa explícito que seu alvo principal são MEMBROS DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS.

Por outro lado, não traz mudanças significativas naquilo que a legislação JÁ PREVÊ. A lei do estrangeiro, sancionada por João Figueiredo, estabelece que NÃO SERÁ DEPORTADO o estrangeiro com filhos brasileiros (como é o caso de Greenwald). Mas isso ela não deixa TÃO explícito, assim.

O Ministro SABE que o desespero é um péssimo conselheiro. Sabe também que a esquerda é especialista em vitimização. Na tensão em que se encontram os adversários, depois dos últimos acontecimentos, bastou a publicação do documento para que eles próprios começassem a auto-destruição.

Antes, sequer, que os advogados pudessem dar um parecer, Verdevaldo e sua gangue já estavam no Twitter, em prantos pela “perseguição” de uma portaria que NÃO os atinge.

Estratégia. Em grego strateegia, em latim strategi, em francês stratégie…

Já dizia a minha avó: Não existe travesseiro mais macio do que a consciência limpa.

Em uma canetada, Moro fez com que os “espertalhões” do “piçol” se assumissem como uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, sem que sofressem NENHUMA ameaça.

Genial, Ministro!

“Os homens prudentes sabem sempre tirar proveito dos atos a que a necessidade os constrangeu.” (MAQUIAVEL, Nicolau)

 

 

 

Felipe Fiamenghi

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