A força de Mário Celso Petraglia no Athetico Paranaense é imensa. Descomunal.
Com mão de ferro, ele conduziu o clube à modernidade. É responsável pela entrada pela porta da frente entre os gigantes do Brasil.
Aproveitou a Copa do Mundo e conseguiu a modernização da Arena da Baixada. Ousou enfrentar a CBF com o gramado sintético. Criou o Centro de Treinamento de nível europeu, mas o mais fechado do país. Não há democracia. É a palavra de Petraglia que importa.
Até o escudo e o nome do clube, com h e sem acento, para ser aceito mundialmente, foram mudados porque ele quis. O advogado gaúcho, filho de imigrantes uruguaios, usou o poder de sua personalidade fortíssima e poder de articulação para, desde 1984, revolucionar o Athletico Paranaense.
Tomou de vez o protagonismo do Paraná, deixando rival Curitiba muito para trás. Aos 75 anos, recuperado de uma grave operação intestinal, ele não levou ontem cinco minutos para voltar a ser presidente do clube. Ficará no posto até 2023, com 78 anos, portanto. Ninguém teve coragem de criar uma chapa de oposição. Petraglia foi aclamado, de maneira unânime.
E ontem mesmo ele já decidiu quem ele quer no comando do clube que fez campeão Brasileiro, em 2001, campeão da Copa Sul-Americana, em 2017, e campeão da Copa do Brasil, em 2018. Petraglia quer Rogério Ceni no comando do time em 2019. Mas com uma proposta firme, para ser seu representante junto aos jogadores. Com a força que a incompetente diretoria cruzeirense, submissa aos veteranos, não deu. E sabotou o que poderia ser um grande trabalho.
O advogado que represente Ceni, João Henrique Chiminazzo, esteve no Centro de Treinamento do Caju, em Curitiba, há dois dias. Conversou com os dirigentes do Athletico. Petraglia deseja Ceni, e para não ser apenas treinador, mas manager, bem como ter o direito de escolher jogadores.
E formar, com sua personalidade, uma aliança com a frenética torcida athleticana, que faz a Arena da Baixada infernal para os rivais. Quando Petraglia quer alguma coisa no futebol, é difícil não conseguir. Foi assim que dominou e modernizou o clube à força.
O treinador, que conseguiu, não só salvar o Fortaleza do rebaixamento, mas classificar o clube nordestino para a primeira competição internacional de sua história, a Copa Sul-Americana, de 2020.
Além de ganhar o Campeonato Cearense, o Brasileiro da Série B e a Copa do Nordeste.
Agora, deixa claro que não deverá ficar no Ceará. Ele quer um ‘grande projeto’. Aprendeu a não se empolgar com falsas promessas, como aconteceu no Cruzeiro.
Na entrevista que deu ao Diário do Nordeste, Ceni deixa escapar o seu futuro. “Eu só vou conversar com o presidente pra ouvir uma proposta do Fortaleza primeiro, até domingo, ou domingo pós o jogo (contra o Bahia).
“E, se existir uma outra proposta, eu vou avaliar. Não é a questão financeira que vai decidir. O valor em dinheiro não é o que muda. É o que move. Um projeto. Quem sabe, arriscar um passo maior.
“Um projeto maior.”
Petraglia promete um grande comandante para o seu Athletico Paranaense no ciclo de três anos à frente do clube. E, pela idade, pode ser o último. Ele que, mesmo antidemocrático, conseguiu tanto para o clube, tem um sonho.
A internacionalização definitiva. Esta é a derradeira parte desejada do legado que sonha deixar. Viria com a conquista da Libertadores. E, quem sabe, vencer o Mundial?
A ambição de Petraglia não tem limites. Esse será seu objetivo nos próximos três anos. E ele já escolheu o comandante em 2020.
Basta ele acreditar no seu projeto.
Seu nome é Rogério Ceni…
r7 – cosme rimole – foto: divulgacao