Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nessa segunda-feira (3) manter a prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro.
O militar está detido desde 14 de dezembro de 2024, acusado de tentar “atrapalhar” as investigações sobre a “tentativa de golpe de Estado” que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na decisão, Moraes ressaltou que o general foi condenado a 26 anos e 6 meses de prisão e ao pagamento solidário de R$ 30 milhões pelos danos provocados durante os atos de 8 de janeiro de 2023. O ministro afirmou que a ‘gravidade da condenação’ e as circunstâncias do caso indicam ‘risco concreto de fuga’.
“O término do julgamento do mérito da presente ação penal e o fundado receio de fuga do réu, como vem ocorrendo reiteradamente em situações análogas nas condenações referentes ao dia 8 de Janeiro, autorizam a manutenção da prisão preventiva para garantia efetiva da aplicação da lei penal”, escreveu Moraes em sua decisão.
Segundo a investigação conduzida pela Polícia Federal, Braga Netto — apontado como um dos principais articuladores da suposta tentativa de golpe — teria buscado acesso a informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Braga Netto Walter Souza Braga Netto é um general da reserva do Exército Brasileiro e ex-ministro de Estado, que ganhou projeção nacional por sua atuação em cargos estratégicos durante o governo de Jair Bolsonaro (2019–2022).
Nascido em 11 de março de 1957, em Belo Horizonte (MG), Braga Netto construiu uma carreira de mais de quatro décadas nas Forças Armadas, marcada por passagens de destaque em funções administrativas e de comando.
Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ), ingressou no Exército em 1975. Ao longo da carreira, serviu em diferentes unidades e foi adido militar nos Estados Unidos.
Tornou-se conhecido nacionalmente em 2018, quando assumiu o comando da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, durante o governo Michel Temer. A operação, inédita desde a Constituição de 1988, colocou o Exército no controle da segurança do estado e deu grande visibilidade ao general.
Com a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência, Braga Netto passou a integrar o núcleo mais próximo do então chefe do Executivo. Foi nomeado chefe da Casa Civil em fevereiro de 2020, substituindo Onyx Lorenzoni. No cargo, ganhou ainda mais influência política, sendo considerado um dos ministros mais leais a Bolsonaro. Em março de 2021, assumiu o Ministério da Defesa, onde permaneceu até março de 2022.
Em 2022, foi escolhido como candidato a vice-presidente na chapa de reeleição de Bolsonaro, pelo PL (Partido Liberal).
Em 14 de dezembro de 2024, o general foi preso ‘preventivamente’ por determinação de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sob acusação de participar de uma suposta ‘tentativa de golpe de Estado’ que buscaria impedir a posse de Lula.
Em 2025, Braga Netto foi condenado a 26 anos e 6 meses de prisão, além de multa solidária de R$ 30 milhões pelos danos causados no 8 de Janeiro aos prédios públicos. Sua defesa nega as acusações e afirma que ele não cometeu qualquer ato de obstrução ou tentativa de golpe.
Foto: EBC; Fonte: Poder360)