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Hiroshima relembra os 74 anos do lançamento de bomba atômica

Com uma cerimônia no parque da Paz, Hiroshima, no Japão, relembrou os 74 anos do lançamento da bomba atômica sobre a cidade durante a Segunda Guerra Mundial.

Além de moradores da cidade, representantes de cerca de 90 países participaram do ato e lembraram as milhares de vítimas do bombardeio.

Smoldering ruins of Nagasaki, about 700 meters from the hypocenter.

Durante seu discurso, o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, afirmou que os jovens não devem “desprezar” a tragédia e a guerra “como meros fatos do passado”. O político ainda pediu para as potências mundiais assinarem o Tratado para a Proibição de Armas Nucleares “Para enfrentar nossas circunstâncias atuais e conseguir um mundo pacífico e sustentável, devemos transcender as diferenças de status ou opinião. Para consegui-lo, as gerações vindouras não devem desprezar os bombardeios atômicos e a guerra como meros fatos do passado”, disse Matsui.

Pelo menos 148 mil pessoas morreram por causa do ataque nuclear na primeira, enquanto outros 74 mil indivíduos perderam a vida na segunda. Os números incluem tanto os que faleceram no momento do impacto quanto os que padeceram por conta dos efeitos da radiação.

Esforço – O secretário-geral da ONU enviou uma mensagem à cerimônia, destacando que “a reação aos eventos cataclísmicos de 6 de agosto de 1945 foi também o começo de um esforço global para garantir que as armas nucleares nunca fossem usadas novamente”.

António Guterres homenageou às vítimas do bombardeio atômico em Hiroshima, especificando aqueles que morreram na explosão inicial e muitos outros “cujas vidas foram arrasadas pelos efeitos persistentes de longo prazo” destes artefatos.

O chefe da ONU agradeceu aos povos de Hiroshima e Nagasaki liderados pelos hibakushas, como são conhecidos os sobreviventes dos bombardeios. Guterres destacou ainda a “coragem e a liderança moral” deles, para “lembrar tudo sobre o custo humano da guerra nuclear”.

O representante alertou que o mundo está “tristemente testemunhando uma piora no ambiente de segurança internacional”. A mensagem menciona o aumento das tensões entre os Estados com armas nucleares e destaca que “as instituições de desarmamento e controle de armas, que tornaram o mundo um lugar mais seguro durante décadas, estão sendo questionadas”.

Garantia – Para Guterres, deve ser recordado que os hibakushas viajaram o mundo para espalhar a mensagem central de que “a única garantia contra o uso de armas nucleares é a total eliminação de armas nucleares”.

As instituições de desarmamento e controle de armas, que tornaram o mundo um lugar mais seguro durante décadas, estão sendo questionadas

Guterres renovou o apelo aos líderes mundiais para que intensifiquem esforços em prol do desarmamento nuclear, lembrando que esse foi o tema da primeira resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1946.

A ONU revelou que existem cerca de 14 mil ogivas nucleares no mundo, e para Guterres há “muitas ainda em alerta de gatilho”. O chefe da ONU sublinha que há muito trabalho a ser feito para diminuir e, finalmente, remover esse perigo.

O secretário-geral terminou a mensagem destacando sua inspiração pelo espírito resiliente do povo de Hiroshima em trabalhar com os hibakusha e todos os outros para realizar nosso objetivo comum de ter um mundo livre de armas nucleares.

 

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