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Onda pró-Doria, PSDB vive situação inédita

Partido vive situação inédita de ver disputa conduzida à revelia dos caciques

Acostumado a decisões ditadas por seus caciques, o PSDB está diante de uma situação sui generis após 28 anos de existência. Pela primeira vez, uma pré-candidatura tucana à Presidência está sendo articulada fora do controle das tradicionais lideranças do partido. Aliados dos senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e do governador Geraldo Alckmin já admitem não ter como frear o movimento em favor do prefeito de São Paulo, João Doria, para a vaga de presidenciável. Com a disputa em aberto, o que mais preocupa neste momento é o que tem sido chamado de efeito colateral imediato da ascensão de Doria. Ao não perder uma oportunidade de se contrapor ao PT e ao ex-presidente Lula em compromissos de governo e em redes sociais, o prefeito começa a ocupar um espaço político deixado vago pelo triunvirato tucano (Aécio, Serra e Alckmin), hoje mais focado nos desdobramentos da Lava-Jato do que no enfrentamento político.

— Se ele virar 2018 com essa popularidade, fica muito forte — afirmou um deputado do grupo de Aécio.

Até recentemente os únicos cotados para a disputa interna no PSDB, Aécio, Serra e Alckmin têm consciência, segundo aliados, de que nada podem fazer para “segurar” Doria.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentou na semana passada conter a onda em favor do prefeito dentro do partido, quando disse, em entrevista ao GLOBO, que “credibilidade não é igual à popularidade”. Mas a atitude só fez aumentar a campanha pró-Doria na internet, e FH virou alvo de uma campanha difamatória depois que o prefeito reagiu dizendo que o líder tucano já havia errado prognósticos em relação a ele duas vezes. O ex-presidente chegou a ser taxado de “frouxo” na internet.

Globo

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