A queda do regime de Bashar al-Assad marca um momento histórico na Síria, encerrando mais de cinco décadas de controle da família Assad. Neste domingo (8), uma coalizão rebelde liderada pelo grupo islamista Hayat Tahrir al Sham (HTS) assumiu o controle de Damasco após uma ofensiva relâmpago iniciada no final de novembro, que rapidamente conquistou cidades estratégicas como Aleppo, Hama e Homs.
O presidente Assad e sua família deixaram o país, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que confirmou a concessão de asilo humanitário em Moscou, segundo agências russas de notícias. A ofensiva dos rebeldes foi acompanhada de celebrações populares, incluindo a invasão e o saque da residência presidencial em Damasco, além da destruição de símbolos do regime, como uma estátua de Hafez al-Assad, pai do ex-presidente.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, celebrou o fim do “regime ditatorial” e pediu calma e respeito aos direitos humanos neste período de transição. Em comunicado, ele destacou a oportunidade histórica de reconstruir o país após 13 anos de guerra civil que deixaram mais de 500 mil mortos e milhões de deslocados.
O líder rebelde Abu Mohammad al Jolani, do HTS, chegou à capital e pediu que seus combatentes respeitem as instituições públicas até a transferência oficial do poder. Enquanto isso, países como Turquia e Israel reagiram à queda do regime. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o evento como um “dia histórico” e ordenou o reforço militar na fronteira com a Síria. Já a Turquia declarou disposição em ajudar a Síria a garantir segurança e unidade nacional.
O colapso do regime de Assad também expôs a fragilidade de seus aliados, como Rússia, Irã e Hezbollah. O grupo libanês já retirou suas forças de regiões próximas a Damasco, sinalizando o enfraquecimento da aliança que sustentava o governo sírio. Embora a queda do ditador seja um marco, o futuro da Síria permanece incerto, com a ONU e líderes internacionais pedindo prudência e uma transição pacífica para evitar novos conflitos.
Jovem Pan – Foto: OMAR HAJ