O afastamento de Aécio Neves do cargo de senador da República pode ser mais breve do que se imaginava. Um grupo de senadores já estaria discutindo uma estratégia para desobedecer a decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que emitiu a liminar determinando o afastamento do tucano.
A decisão veio logo após a revelação de gravações de conversas entre o senador afastado e o empresário da JBS, Joesley Batista, em que Aécio aparece pedindo R$ 2 milhões em propina. A irmã dele, Andreia Neves, e o primo, Frederico Pacheco, estão presos desde quinta-feira.
“A estratégia, já discutida por alguns senadores, prevê que a defesa de Aécio recorra à Mesa do Senado questionando a validade da medida. A Mesa então responderia que não há previsão constitucional para a suspensão, mantendo Aécio no cargo”, afirma a jornalista. Ela cita ainda um senador não identificado, mas que seria influente na Casa: “Em nenhum lugar do mundo um parlamentar seria afastado nessas condições, muito menos por meio de liminar”.
No final do ano passado, o Senado já havia desafiado uma decisão do STF ao manter Renan Calheiros (PMDB), então presidente da Casa, apesar de uma liminar do ministro Marco Aurélio Mello pedindo seu afastamento.
Folha