Comandante da unidade reconhece que maior problema do bairro são os assaltos, mas vê diversas conquistas alcançadas pela UPS.
“Pode ser de manhã, de tarde ou de noite, tem assalto direto. Eu não acho que mudou muita coisa, não, porque assalto aqui tem demais”. Foi com essa declaração que a dona de casa Maria da Penha Soares, que mora no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa, há 4 anos, falou o que acha da presença da Unidade de Polícia Solidária (UPS) que foi instalada no bairro no dia 25 de setembro de 2012, quase 2 anos atrás. Segundo a comandante da unidade, a tenente Matilde Coelho, a polícia reconhece que o maior problema do bairro são os assaltos, porém vê diversas conquistas alcançadas ao longo desse período.
Apesar de não ter o registro do número de ocorrências no bairro de Jaguaribe, seja de homicídios ou roubos e furtos, não é difícil encontrar alguém que considere um problema o quesito segurança do bairro. Além de Maria da Penha, que nunca sai de casa para evitar ser vítima de assalto, a funcionária pública Cláudia Sampaio também declarou que, devido à insegurança por ela vivenciada, algumas medidas foram tomadas para evitar a ação dos bandidos.
“Primeiro, eu só fico em casa à noite e nos fins de semana, mas não me sinto aqui segura de jeito nenhum. Eu já tive minha casa arrombada duas vezes, o que me forçou a colocar grades nas portas e janelas”, disse. “Eu não vejo a polícia fazendo rondas aqui, não. Pelo menos não à noite nem nos fins de semana, quando estou em casa”, afirmou.
As duas moradoras de Jaguaribe residem na rua Professor Oswaldo Pessoa. Lá, segundo o professor Daniel Morais, é uma via de acesso a muitas repartições, o que torna este um local visado. Porém não só nesta rua o problema é concentrado. “Nessa área aqui, na própria principal, a Floriano Peixoto, e em outras que são mais esquisitas os assaltos são uma constante. Eu não vou mentir dizendo que não foi bom a UPS, porque foi, mas eu acho que a polícia deveria atentar para algumas coisas como os horários de saída e entrada de escolas, horários em que não tem ninguém nas ruas, o que faz com que os bandidos se sintam livres para assaltar”, comentou.
E esses horários, segundo relatos de estudantes para um comerciante que trabalha em frente à UPS, são um grande problema. “Eu acho que essa UPS diminuiu e muito os crimes aqui no bairro, porém tem estudante que vem lanchar aqui e diz que foi assaltado”, afirmou o comerciante Alexandre Fernandes.
Conforme a comandante da UPS de Jaguaribe, tenente Matilde Coelho, é de conhecimento da polícia local a ocorrência de assaltos no bairro, porém, para coibir essa prática, rondas ostensivas são realizadas diariamente, bem como blitzes em áreas pontuais.
“A nossa prioridade é a realização de blitzes no bairro, para apreensões de drogas, armas e motos utilizadas para os crimes. Essa é nossa prioridade, mas nós reconhecemos que a polícia não pode ser onipresente, não existe isso da UPS chegar e acabar com os crimes. O que acontece é que as pessoas estão se sentindo mais seguras e a gente sente isso nas ruas”, garantiu.
Para a tenente, a maior conquista desses quase dois anos de atuação foi a confiança da população, que hoje colabora com o trabalho da polícia e confia na diminuição da criminalidade com essa presença próxima à população. “Sentimos que nossa maior conquista foi ganhar essa confiança. Reitero que o combate ao crime é uma coisa diária e constante, um trabalho que nunca acaba, porém a população hoje confia no nosso trabalho e sente os benefícios da polícia, requisitando-nos muitas vezes”, argumentou.
Saiba Mais
A UPS de Mandacaru conta com uma viatura e três motos com policiais presentes no ponto-base da unidade, que fica na rua 1º de Maio, durante 24 horas por dia. A comandante da UPS, Matilde Coelho, preferiu não divulgar o quantitativo de homens nem a quantidade de rondas realizadas no local para não atrapalhar o trabalho, porém ela garantiu que, além das rondas ostensivas realizadas diariamente, a população tem uma linha direta para acionar a polícia em casos de necessidade por meio do número de telefone: 8818-5369.
Redação com JornaldaParaíba
