Hoje farei diferente, vou através de um artigo escrito por Igor Aguiar em homenagem ao Professor Olavo de Carvalho e a tantos alunos e admiradores seus espalhados pelo mundo a fora replicar o belo texto que se segue:
UM SÁBIO PROFESSOR
Faleceu na última segunda, dia 24 de janeiro de 2022, o professor Olavo de Carvalho, um dos poucos grandes pensadores brasileiros vivos.
Digo poucos pois, diante da indigência intelectual que assola nosso país, a existência de um pensador brasileiro como Olavo de Carvalho é um verdadeiro milagre.
Um país que em tempos áureos produziu pensadores do calibre de Gilberto Freyre, Miguel Reale, Joaquim Nabuco, Mário Ferreira dos Santos, Gustavo Corção, Ariano Suassuna e tantos outros, tinha em Olavo um excelente representante daquilo que há de melhor na tradição intelectual do Ocidente.
Dono de uma pena arguta e polêmica, era um homem amado e odiado por muitos, pelo modo como se expressava, sem nenhuma cerimônia ou receio, com total sinceridade.
Grande crítico do establishment acadêmico, Olavo chamou nossa atenção para o decaimento de nível da intelectualidade brasileira, instigando muitos jovens a buscarem uma vida intelectual e espiritual verdadeira, sincera e sem afetações.
Escreveu grandes obras, que abrangiam diversos temas, como ciência política, linguagem, cultura e filosofia. Entre elas, podemos destacar o seu famoso “O Jardim das Aflições” e o seu genial “Aristóteles em Nova Perspectiva”, em que elaborou sua inovadora teoria dos quatro discursos.
Católico e devoto de São Padre Pio, seu trabalho foi responsável direto e indiretamente pela conversão de muitos, abrindo a consciência de uma multidão de almas para as realidades superiores do mundo espiritual. Também foi responsável por abrir um universo de novos autores para o mercado editorial brasileiro, trazendo uma contribuição incomparável para a cultura brasileira nesse sentido.
Como disse Goethe, a maior força que existe é a da personalidade humana. Olavo deixa encravado no coração dos brasileiros a sua personalidade marcante, que exalava um perfume de busca incessante da Verdade, traço característico dos grandes sábios.
“Olavo tem razão!” foi um lema que se popularizou. Concordo com a frase, mas não no sentido de que era infalível e impecável, pois pensar assim seria insensatez e idolatria. Certamente cometeu diversos erros e pecados, afinal, todos cometemos.
Para mim, Olavo tinha razão pois no seu agir encarnava o espírito do sábio, que tinha na busca da Verdade o maior propósito da vida. Quem busca a Verdade com todas as suas forças, busca a Deus, Verdade Eterna, o Logos Divino, razão de todas as coisas. Quem assim age, geralmente tem razão, e assim ele procedia. Olavo tinha razão pelo que ele era e encarnava em si, mais do que pelo que dizia.
Certa vez aconselhou aos seus alunos: “Prometam a vocês mesmos ser personalidades fortes, bem estruturadas, serenas no meio da tempestade, prontas a vencer todos os obstáculos com a ajuda de Deus e de mais ninguém. Prometam SER e não apenas pedir, obter, sentir, desfrutar.”
Morreu, mas ainda vive, não só na eternidade, pela esperança do céu, mas também por sua obra e por seus alunos, que continuarão seu trabalho, enriquecendo a cultura nacional com contribuições que certamente serão de grande riqueza.
Viva Olavo!
Por Igor Aguiar em 29 de janeiro de 2022