O juiz Carlos Eduardo Oliveira de Alencar, da Vara do Foro Central da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, de São Paulo, acolheu pedido do Ministério Público de São Paulo, a partir do depoimento de uma mulher que procurou a Justiça no final de 2022 para acusá-lo pelos crimes de violência física e sexual.
“Cilada amorosa” – O magistrado destacou que Brennand “dissimulou suas intenções, demonstrando ‘inteligência e gentileza’, para envolver a ofendida”.
“Descontrolado e cruel” – Alencar apontou que, “diante do encantamento causado pelo denunciado”, a mulher “apaixonou-se e se entregou ao relacionamento”, mas que “não demorou para Thiago se revelar”. Segundo a vítima, apenas a primeira relação sexual foi consensual.
O juiz também pontuou que o depoimento da mulher “muito se assemelha ao relato” feito por outra vítima do empresário. O “traço distintivo mais significativo é o estabelecimento de relação íntima de afeto por duas ou três semanas entre o agressor e a ofendida”, escreveu o juiz.
Brennand gravava “sorrateiramente” momentos íntimos com as mulheres para “constrangê-las e ameaçá-las”. O magistrado ressaltou que o acusado fazia uso dessas imagens, registradas sem permissão, o que “desrespeita” o sexo oposto e representa um “perigo” para a sociedade.
O que disse a vítima – “Uso de força física, coação e ameaças”. No depoimento à Justiça, a mulher contou que, ao longo de duas ou três semanas em que se relacionou com Brennand, ele a forçou a manter relações sexuais, inclusive sem o uso de preservativo.
A vítima disse que foi abusada sexualmente pelo empresário “por mais de vinte vezes, de forma oral, vaginal e anal”. Ela também relatou que sentia medo e que chegou a chorar durante os atos sexuais.
Os mandados de prisão contra Brennand – No total, são seis mandados de prisão preventiva, e um deles foi cumprido. Thiago Brennand está preso desde abril na capital paulista, no CDP (Centro de Detenção Provisória) 1 de Pinheiros por crimes sexuais e violência física contra várias mulheres.
O primeiro foi decretado no dia 27 de setembro de 2022, após o empresário não cumprir a determinação de retornar ao Brasil até 23 de setembro. Ele saiu do país no dia 4 de setembro, horas antes da denúncia do MP, e passou a ser considerado foragido.
Depois, a Justiça decretou a segunda prisão contra o empresário. Dessa vez, pela acusação de tatuar uma mulher à força com as iniciais do nome dele e mantê-la em cárcere privado. O caso ocorreu em Porto Feliz (SP).
Em 7 de novembro, foi decretada a terceira ordem de prisão preventiva. Os promotores Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior apresentaram denúncia contra ele por suspeita de estupro que teria ocorrido também em Porto Feliz. Este é o caso pelo qual Brennand começou a ser julgado nessa semana.
No dia 6 de março deste ano, a quarta ordem de prisão preventiva foi decretada após a denúncia da miss e estudante de medicina Stefanie Cohen. Ela afirma que foi estuprada por Brennand em 2021.
A quinta prisão preventiva se refere a um caso de estupro também ocorrido em Porto Feliz. O TJ- SP, porém, não deu mais detalhes sobre o caso.
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