Já dizia um sábio e experiente político paraibano, ao qual não vem ao caso citar seu nome, que “a caneta foi feita pra ser usada”. Para quem não é muito ligado em política e não sabe o teor intrínseco dessa frase, significa justamente que o gestor de uma cidade, estado ou até mesmo do país, tem que fazer o uso da máquina pública para garantir uma boa governabilidade, seja ela em que nível for, municipal, estadual ou federal. Muitos chefes do executivo quando chegam ao cargo pela primeira vez, não tem a total dimensão do “poder da caneta” e por vezes fazem o mau uso dela ou sequer chegam a usá-la. Apenas com o tempo e a experiência é que os gestores vão aprendendo a lidar com esse “poder” e consequentemente vão fazendo uso em benefício de uma boa governabilidade.
O que seria então, essa “boa governabilidade”? Seria governar sem oposições? Governar nomeando cargos comissionados a “torto e a direto”? Seria usar o “poder da caneta” em inobservância das leis de responsabilidade fiscal e probidade administrativa? Eu diria que não, pois não estamos pregando aqui a irresponsabilidade com os cofres públicos, tampouco a farra de nomeações de comissionados que nossa legislação permite. A boa governabilidade seria nada mais do que a tranquilidade administrativa do gestor, com a autonomia e confiança dos seus secretários ou ministros(que devem ser nomeados por competência e não por acordos políticos), usando o “poder da caneta” para fazer as mudanças necessárias, mantendo sempre a harmonia entre os poderes, para que o deixe sempre em um nível bom de aprovação do seu governo. É verdade que na teoria é bem mais fácil que na prática, visto que nosso sistema político eleitoral está caduco, falido e ainda e cheio de acordos escusos e de idoneidade duvidosa. Mas um bom gestor atualmente, necessariamente tem que ser um bom político e estar preparado para enfrentar essas situações que o sistema impõe. Basicamente, o bom uso do “poder da caneta” consiste em saber a hora, o lugar e com quem se deve usá-la, fazendo uma analogia, é como num jogo de xadrez, para chegarmos bem no final do jogo(mandato) devemos usar uma boa estratégia, saber qual peça mexer e a hora de mexer.
A título de hoje, o político paraibano que melhor está fazendo o uso do “poder da caneta” é o governador Ricardo Coutinho, não só por estar à frente do poder maior do Estado, mas por que atualmente o governador parece ter aprendido a fazer as mudanças necessárias para uma boa governabilidade. Ora, em seu primeiro mandato Ricardo enfrentou uma oposição ferrenha na Assembléia durante 4 anos, chegou a dizer que um deputado valia 300 mil reais e por isso que não tinha a maioria na casa, pois bem, nem por isso o governador deixou de mexer as devidas peças do tabuleiro na hora certa para chegar novamente ao palácio da Redenção. Atualmente, governa com tranquilidade na Assembléia Legislativa, tem uma boa relação com o Tribunal de Justiça, a maioria dos seus opositores ferrenhos durante o primeiro mandato e nas eleições, hoje são seus aliados e cada vez mais o governo vai adquirindo novos adeptos e aliados, os mais recentes que estão por vir, o deputado Trocolli Júnior, que deverá assumir uma secretaria de Estado e fala-se também na adesão da vereadora Raíssa Lacerda e o ex-deputado Aníbal Marcolino. Uma coisa é certa, o governador Ricardo Coutinho é um político que enxerga o futuro e quem achar que ele não vai caminhar junto com o prefeito Luciano Cartaxo nas eleições do ano que vem, está redondamente enganado.
Por Thiago Braga.