Posse do Presidente
Terroristas ameaçam: “Nosso alvo não é apenas Jair Bolsonaro”
O grupo que reivindicou a autoria do ataque à bomba a uma igreja de Brazlândia e ameaçou fazer um atentado durante a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), na terça-feira (1º/1) é organizado, possui armas, explosivos, e teria contato com extremistas de outros países. As informações são de um suposto intermediário dos terroristas, que se autodenominam Sociedade Secreta Silvestre.
Após noticiar, em primeira mão, a existência da suposta ameaça terrorista, a reportagem foi procurada nesta sexta-feira (28/12) por um intermediário do grupo, que explicou no que consiste a organização e respondeu a 10 perguntas. O homem, que se identificou como “Pedro”, encaminhou o texto via e-mail por meio de um navegador impossível de rastrear, geralmente utilizado para trafegar na chamada deep web, a parte sombria da internet composta por várias redes separadas que não conversam entre si.
Para garantir a veracidade das informações e confirmar que faz parte do suposto grupo terrorista, o intermediário encaminhou um arquivo de vídeo mostrando detalhes da bomba deixada no Santuário Menino Jesus, antes de o dispositivo ser detonado pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, na madrugada do Natal (25/12).
Pedro revelou que o grupo foi responsável, desde 2016, por pelo menos seis ataques em território nacional. Entre eles, a explosão de uma panela de pressão carregada com pólvora e pregos ocorrida em frente ao shopping Conjunto Nacional, em 1º de agosto, na véspera das Olimpíadas do Rio de Janeiro.
No e-mail, o homem ainda fez pouco caso das forças policiais: “Soubemos depois que tentaram nos buscar, mas a competência foi baixa e seguimos impunes e conspirando”.
Ataque a Bolsonaro – O intermediário assegurou que novos ataques irão ocorrer, e deixou em aberto um atentado durante a posse de Bolsonaro.
“Nosso alvo não é apenas Jair Bolsonaro. Por mais que tenhamos um ódio particular a este estúpido devido às suas posições em relação ao meio ambiente, nosso objetivo é muito maior que ele. Deixamos subentendido que podemos atacar durante a posse, mas essa é uma informação sensível que não podemos detalhar. O que podemos dizer é: nós temos sim a capacidade de fazer um atentado no dia 1º de janeiro e causar grandes danos e mortes”, ameaçou.
Pedro não quis revelar quantos integrantes o grupo tem no Brasil nem em quantos estados a suposta célula terrorista está presente. No entanto, afirmou que Bolsonaro não é o único alvo do grupo terrorista e que novos ataques virão.
“Nossos objetivos contra Bolsonaro, seus filiados, apoiadores e simpatizantes partem de uma perspectiva antipolítica e de vingança por suas posições em relação à natureza selvagem. Pode ser ele ou pode ser qualquer um que esteja lá, o que for mais oportuno para nós. Talvez ataquemos, talvez concentraremos as nossas forças em outro grande ataque proximamente”, afirmou.
Articulado com as palavras e ressaltando, em vários momentos, ter à disposição grande poder de fogo, o interlocutor do grupo extremista disse que os integrantes da organização pertencem a um projeto internacional denominado Individualistas Tendendo ao Selvagem (ITS), que estaria presente em vários países da América Latina e da Europa. “Estamos por aí, em tocaia, e cada um faz a sua parte. Normalmente, alguns de nós sempre andam de estado em estado”, revelou.