Denúncia

Tagliaferro diz ter provas “seguras e intocáveis” sobre Moraes

O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, foi detido na Itália nesta quarta-feira (1º/10). Apesar da prisão, o advogado dele, Eduardo Kuntz, divulgou nas redes sociais que as provas reunidas pelo cliente contra o magistrado permanecem “seguras e intocáveis”.

Em nota pública, Kuntz escreveu: “Eduardo Tagliaferro foi detido na Itália. A notícia pode causar preocupação, mas é preciso deixar algo muito claro: as provas que ele reuniu estão seguras e intocáveis. Desde o início, Eduardo sabia dos riscos que corria. Ele mesmo já havia alertado que, se um dia tentassem calá-lo, outros dariam continuidade ao seu trabalho e garantiriam que nada fosse escondido. Hoje, a prisão não representa o fim de sua missão, mas a confirmação de que suas denúncias têm força e incomodam poderosos. O silêncio que tentam impor a ele não vai apagar a verdade. As provas permanecem guardadas e, mais cedo ou mais tarde, virão à tona. Essa história não se encerra aqui. Ela apenas se fortalece.”

Segundo Kuntz, o ex-assessor já havia antecipado a possibilidade de sofrer tentativas de silenciamento e deixou registrado que outras pessoas dariam continuidade ao trabalho iniciado.

O advogado Fábio Pagnozzi, que representa a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), também se pronunciou sobre o caso. Ele afirmou que, de acordo com informações da polícia italiana, a detenção ocorreu apenas para que Tagliaferro prestasse esclarecimentos sobre um processo em andamento no Brasil.

“A polícia aqui na Itália disse que se trata de uma detenção para Tagliaferro prestar esclarecimentos sobre um processo no Brasil”, declarou Pagnozzi, acrescentando que a expectativa é de que ele seja liberado após ser ouvido. Pagnozzi, que está em Roma, contou ainda que foi procurado pelo próprio Tagliaferro logo após a abordagem policial.

Tagliaferro é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto vazamento de mensagens trocadas entre servidores do gabinete de Moraes.

Ele vive na Itália há alguns meses e, em agosto, Alexandre de Moraes solicitou sua extradição sob a acusação de ter divulgado dados sigilosos. O Ministério da Justiça informou que enviou ao Itamaraty o pedido de extradição em 20 de agosto, para que fosse formalizado junto ao governo italiano.

Foto: Ag. Senado; Fonte: Metrópoles

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