Uma sobrinha do médico pediatra Fernando Parente Cunha Lima, de 80 anos, investigado por estuprar pacientes em João Pessoa afirmou, nesta quarta-feira (7), que também foi vítima de abusos. A revelação foi feita por Gabriela Cunha Lima em entrevista à repórter Jaceline Marques, da TV Correio.
A sobrinha narrou que o crime aconteceu em 1991. Na época, segundo a vítima, ela tinha nove anos e foi passar alguns dias na casa dos tios, entre eles o médico, e de uma prima. O estupro teria acontecido durante uma manhã, quando médico voltou do trabalho para almoçar.
“E ele me acordou. Eu dormia no quarto da filha dele. Estava eu, ela e outra prima minha. Ele, brincando comigo, disse que eu tinha acordado de madrugada e ido no quarto deles (tio e tia) perguntando pelos meus pais, dizendo que estava com saudade deles. Fiquei sem entender, porque não me lembrava que eu tinha acordado de madrugada e minha prima disse que não lembrava de ter acontecido isso. Mais tarde, quando todo mundo desceu – a casa era de primeira andar – ele me chamou no quarto dele e abaixou a calça, pedindo para eu colocar as mãos nos órgãos genitais dele e ficar fazendo movimentos. Depois ele pediu para eu abaixar a minha e botou a mão nos meus órgãos sexuais e pediu segredo”, narrou a sobrinha.
Gabriela Cunha Lima também contou como revelou o caso aos pais. Segundo a sobrinha do investigado, a mãe foi a primeira a saber da situação e, quando o pai soube, foi procurar o médico para matá-lo.
“Contei dois anos depois (aos pais). Eu estava com minha prima, um primo meu e uma vizinha. Estávamos todos conversando e eu não me lembro o motivo, mas tocou no assunto de abuso sexual de criança. Eu contei a eles o que estava acontecendo. Essa minha amiga disse que ou eu iria na minha mãe contar ou quem iria era ela. Eu fui. Quando comecei a falar com mainha minha mãe pediu para meus primos se retirarem. Minha irmã estava escutando por trás da porta e abriu a porta e ela disse que sabia do que se tratava porque também tinha acontecido com ela. Meu pai não estava em casa e quando ele chegou eu repeti e ele saiu, não disse uma palavra. Depois meu pai retorna porque ele tinha procurado o pedófilo para matá-lo, mas ele tinha viajado. Ele não morreu porque estava viajando”, falou a vítima.
Por fim, a sobrinha do investigado revelou que se sente culpada por não ter feito a denúncia contra o médico Fernando Cunha Lima antes. Para Jaceline Marques, ela também agradeceu aos pais da menina de nove anos por denunciar o médico.
“Eu me sinto muito culpada por não ter feito a denúncia antes. Não podia ter feito em 1993 porque era criança, mas me tornei uma adulta. Eu poderia ter feito essa denúncia, mas quando fui já era tarde, eu já estava com 41 anos e o crime prescrito. Devo agradecer aos pais dessa menina por terem tido a coragem de fazer a denúncia. É através deles que eu estou aqui”, disse Gabriela, sobrinha do médico.
Médico abusou de menina recentemente – No crime mais recente, o médico é investigado por estuprar uma menina de nove anos em João Pessoa. O caso teria acontecido em julho. A família da vítima procurou a Polícia Civil para denunciar o suspeito. Em entrevista, o delegado Cristiano Santana, superintendente da Policia Civil na Região Metropolitana de João Pessoa, contou que a mãe da menina foi a responsável por denunciar o investigado.
“A mãe da vítima procurou a Polícia Civil. Foram colhidas declarações e instaurado inquérito por estupro de vulnerável. O crime teria ocorrido dentro de um consultório na Capital. Segundo relatado, foram cometidos atos diversos à conjunção carnal, que são palpar e/ou introdução de mãos e dedos. Já foram realizados exames periciais”, disse o delegado.
Fonte: ClickPB – Foto: TV Correio