Uma sindicância será aberta para investigar as denúncias de um suposto esquema de extorsão a pacientes no Complexo Hospitalar Governador Tarcísio Burity, popularmente conhecido como Trauminha, localizado no bairro de Mangabeira.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (9) pela A Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa e a medida foi tomada após a denúncia vir a público na última segunda-feira (7), mobilizando entidades como o Sindicato dos Médicos da Paraíba e o Conselho Regional de Medicina.
Pelo menos 20 profissionais de saúde da unidade hospitalar foram afastados após a divulgação do suposto esquema de extorsão a pacientes e o caso foi revelado pelo próprio gestor da unidade, o médico Alexandre Cesar da Cruz.
Entre os profissionais afastados, estão maqueiros, recepcionistas e membros da equipe de apoio aos pacientes. Eles estariam orientando os pacientes a solicitarem alta médica para realizar procedimentos fora do hospital, de maneira particular.
Conforme o médico, a direção do hospital tomou conhecimento da prática ilícita há cerca de dois anos. As identidades dos médicos envolvidos seriam protegidas pelos profissionais afastados.
Representantes do Sindicato dos Médicos da Paraíba e do Conselho Regional de Medicina também se pronunciaram após reunião com a direção do hospital.
O Sindicato dos Médicos da Paraíba enfatizou o compromisso com o devido processo legal e o contraditório. Tarcísio Campos, representante do sindicato, ressaltou a importância de respeitar os princípios legais, garantindo que, se as acusações forem comprovadas, os responsáveis sejam punidos dentro dos rigores da lei.
O Conselho Regional de Medicina afirmou que a seriedade das acusações é indiscutível e que cobrar por procedimentos de pacientes internados pelo sistema único de saúde configura um crime, independentemente da profissão do responsável. O Conselho destacou que qualquer pessoa que alicie ou coaja pacientes a realizar procedimentos de maneira privada deve ser denunciada às autoridades competentes. Se um médico estiver envolvido, o Conselho conduzirá uma apuração ética, enquanto questões civis e criminais serão tratadas pela justiça.
Crédito: Notícia Paraíba