Os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e Raimundo Lira (PMDB) defenderam a votação aberta na sessão desta terça-feira (17) que pode confirmar o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de seu mandato. O mineiro está sem atividade parlamentar desde 26 de setembro, por decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz federal Marcio de Freitas, do Distrito Federal, proibiu que a votação seja secreta. Caso a liminar seja derrubada, caberá ao presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), decidir como encaminhará a votação.
Líder do PMDB, Lira afirmou ser pessoalmente favorável a votação aberta. Ele comanda a maior bancada da Casa, com 23 do total de 81 senadores. No feriado, o presidente Michel Temer o convidou para um jantar, mas o parlamentar paraibano afirmou não ter conversado sobre o assunto. Caso o sigilo da votação volte a ser permitido, a expectativa é que Eunício consulte líderes partidários para determinar o modelo de votação.
O senador Cássio Cunha Lima afirmou que é a favor do voto aberto. “Já temos o histórico de Delcídio (do Amaral)”, disse. Na época do afastamento do senador ex-petista o próprio PSDB defendeu o voto aberto. Então líder tucano, Cássio fez uma questão de ordem pedindo que os senadores registrassem seus votos sobre a manutenção ou derrubada da prisão de Delcídio. “Essa é a questão de ordem que não apenas o PSDB, mas também outros partidos de oposição realizam (…) –e como é o desejo da sociedade, do povo, da imprensa livre do nosso País, o voto aberto na presente sessão.”
Na ocasião, Aécio registrou o desejo pela votação aberta e Delcídio acabou afastado por 59 votos a favor, 13 contra e uma abstenção. Mas o senador tucano ainda pode retornar ao cargo caso a maioria dos senadores opte pela derrubada da decisão do Supremo. Atualmente ele precisa cumprir recolhimento noturno, está impedido de sair do país e não pode se comunicar com sua irmã, Andrea Neves, também investigada no FriboiGate.