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Saída de Parente: Ação despenca e Petrobras perde R$ 55 bi em valor de mercado

O principal índice de ações da bolsa brasileira (B3), o Ibovespa, que chegou a operar acima de 1% nesta manhã, passou a cair nesta sexta-feira (1), após o pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras. A baixa é puxada pela forte queda das ações da estatal, que chegou a despencar 21%. As negociações dos papéis da empresa foram interrompidas por cerca de meia hora após o comunicado ao mercado da saída dele.

Pouco antes das 14h, o Ibovespa caía 0,17%, aos 76.626 pontos.

Assim que a Petrobras anunciou a saída de Parente, por meio de fato relevante ao mercado, a negociação das ações da companhia foi interrompida, por volta de 11h50. A Bovespa informa que se trata de um protocolo sempre que uma empresa emite um fato relevante ao mercado durante o pregão. As negociações foram retomadas por volta de 12h15.

As ações preferenciais da estatal, que dão preferência na distribuição de dividendos, caíam 15,86% por volta de 14h. Esses papéis chegaram a subir mais de 3% nesta manhã. Já as ações ordinárias, que dão direito de voto em assembleias da empresa, caíam 15,55%, após alcançar alta de cerca de 2% pela manhã.

Nos Estados Unidos, os ADRs, recibos de papéis da Petrobras que são negociados na Bolsa de Valores de Nova York, caíam cerca de 16% por volta do mesmo horário.

Perda de R$ 55 bilhões

A Petrobras perdeu nesta sexta-feira, até por volta de 13h, mais de R$ 55 bilhões em valor de mercado, segundo a Economatica. A estatal agora ocupa o 4º lugar no ranking das empresas com maior valor de mercado, atrás da Ambev, Vale e Itaú Unibanco.

Em 8 pregões, a empresa chegou a perder R$ 126 bilhões em valor de mercado.

Segundo dados da Economatica, por volta das 13h desta sexta, a companhia estava avaliada em R$ 215,7 bilhões, contra os R$ 388,8 bilhões da máxima do ano, registrada no dia 16 de maio. Ou seja, em 15 dias, a Petrobras encolheu R$ 173 bilhões em valor de mercado.

Apesar do tombo nos últimos dias, as ações da Petrobras continuam em situação bem melhor do que 2 anos atrás. No dia 1º de junho de 2016, dia em que Parente tomou posse, a companhia estava avaliada na bolsa em R$ 123,3 bilhões.

O executivo estava à frente da petroleira e maior estatal brasileira há exatos 2 anos. O pedido de demissão acontece em meio aos desgastes e pressões sofridos por Parente durante a greve dos petroleiros m razão das críticas à política de preços de combustíveis adotadas pela Petrobras na sua gestão.

Vale e bancos

Já as ações da Vale tinham alta de 2,9%. Os bancos Itaú Unibanco e Bradesco subiam, respectivamente, 1,58% e 3,91%. As quatro empresas têm grande peso no Ibovespa.

Já as ações da Eletropaulo chegaram a subir 26,63%. O papel ficou em leilão até por volta de 10h20, segundo a Reuters. Na quarta-feira, a italiana Enel fez sua proposta final pela empresa.

Cenário local e externo

As atenções estão divididas entre o mercado externo e o noticiário corporativo doméstico, à medida que as empresas começam a calcular os prejuízos após os 11 dias de greve dos caminhoneiros, segundo a Reuters.

O movimento ocorre a despeito dos dados do mercado de trabalho americano, que mostraram criação de 223 mil vagas em maio, acima do previsto, e taxa de desemprego de 3,8%, a mais baixa em 18 anos. O evento tem força para tirar o ímpeto da bolsa brasileira porque números mais fortes podem representar a necessidade de alta de juros nos Estados Unidos, o que leva a um enxugamento da liquidez global.

Último pregão

Na quarta-feira (30), o índice fechou em queda de 0,90%, aos 76.753 pontos. No mês, a bolsa perdeu 10,87%.

 

 

 

 

 

 

 

G1

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