Responsável por liderar o PMDB, a maior bancada do Senado, com 22 integrantes, Renan Calheiros (AL) afirmou em discurso no plenário nesta quinta-feira acreditar que a reforma trabalhista não será aprovada pelos senadores da forma como passou pela Câmara dos Deputados.
“A reforma trabalhista só traz notícias ruins para quem vive do trabalho assalariado no Brasil. Eu me sinto consternado, verdadeiramente consternado em constatar essa realidade. A reforma retira direitos e, se retira direitos, é injusta. Ponto!”, disse.
A proposta aprovada prevê a prevalência de acordos entre empregados e patrões sobre a legislação vigente, retira o caráter obrigatório do imposto sindical e reduz a atuação da Justiça do Trabalho.
Para o senador, o texto rebaixa os salários e pretende deixar o trabalhador sem defesa, condenado a acordos que “reduzem a remuneração, suprimem reajustes e revogam garantias no emprego”.
“Todos sabemos que acordos forçados em plena recessão, com 13 milhões de desempregados e com o desemprego aumentando mês a mês, é pedir que se aceite a crueldade como caridade” disse.
Numa referência indireta ao governo Michel Temer, a quem tem feito uma série de críticas, Renan disse que a chantagem é explícita: “aceita ou cai fora. É o ‘dá ou desce’ trabalhista”.