Os familiares do empresário Rafael Gambarim, protagonista do vídeo em que ele quebra uma TV ao comemorar o pênalti perdido pelo chileno Alexis Sánchez, contra o Brasil, querem amarrá-lo nas quartas de final da Copa do Mundo, contra a Colômbia, na sexta-feira (4). O torcedor de Umuarama, no noroeste do Paraná, virou hit depois que a cena se espalhou pelas redes sociais.
“Meus primos estão falando que vão me colocar em um área técnica ou prender minhas mãos. Outros já querem me amarrar em um poste. Está todo mundo preocupado. Eu estou mais calmo, mas não posso garantir que não vou fazer nada. Se no último jogo tinha o Alexis, agora tem o James Rodríguez [craque colombiano e artilheiro da Copa do Mundo, com cinco gols]”, afirma Gambarim ao G1.
O torcedor diz que é comum se exaltar durante os jogos da Seleção. Por causa do descontrole, ele torce para que não haja mais disputas de pênaltis enquanto os brasileiros estiverem em campo.
“É meu jeito de torcer, não tem jeito. Vou sempre comemorar assim e, pelo menos, tentar ficar longe de qualquer TV. Tomara que não tenha mais pênaltis, porque é muito sofrimento. Não importa se é o Neymar ou qualquer outro craque na cobrança. O risco de perder é enorme. Pelo amor de Deus, ganhem todos durante o tempo normal!”, suplica o paranaense, como se fizesse o pedido de frente para os jogadores.
Fama nas ruas
O jovem diz que está se sentindo um camisa 10 consagrado ao andar pelas ruas de Umuarama, no noroeste do Paraná, onde mora. Seja no trabalho, no mercadinho ou na padaria do bairro, as pessoas disfarçam risadinhas, cochicham nos cantos e, na maioria das vezes, se aproximam para tirar fotos da nova celebridade da cidade, conta ele.
“Agora sou reconhecido em todos os lugares em que vou. Sempre aparece gente querendo fazer uma selfie, guardar uma lembrança. É muito interessante. As pessoas me chamam pelo nome, me tratam como famoso. Estou até meio com vergonha, mas está sendo muito divertido”, diz Gambarim.
O umuaramense afirma que a fama repentina pode ser tão marcante quanto se o Brasil levantar a taça do Mundial. “Não esperava que essa história ganharia tanta proporção. Vou guardar esse momento para sempre, contar sempre para o meu filho. É tão histórico, para mim, quanto se o Brasil ganhar a Copa em Casa”.
O prejuízo com a televisão quebrada ainda não foi ressarcido, de acordo com o empresário. Ele diz que o pai, dono do aparelho, está improvisando com uma TV bem pequena para assistir aos outros jogos do Mundial. “Prometo que vou dar uma televisão nova para ele. Por enquanto, ele trouxe uma pequenininha, improvisada, para assistir. Vamos tentar assistir aos próximos jogos em um retroprojetor, para não correr o risco. Se tiver que estapear, que seja a parede”.
Reincidente
É preciso deixar Rafael Gambarim longe de televisões. A constatação foi feita pela mãe dele, sabida de que o jovem gera risco para as telas há mais de 22 anos. Segundo o jovem, ele já quebrou um TV da mesma forma, quando tinha 6 anos.
“Minha mãe achou engraçada a situação porque, segundo ela, eu quebrei uma TV do mesmo jeito, quando tinha 6 anos. O aparelho em cima de uma mesinha e passava o Jaspion [herói japonês, ícone dos anos 80 e 90]. Um inimigo surgiu e eu ataquei a TV com um soco.
Sou reincidente igual ao Luis Suárez [uruguaio punido pela Fifa depois de morder, pela terceira vez, um adversário em campo].Acho que a punição, desta vez, vai ser maior”, brinca.
