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Quem Somos – Por André Aguiar

Conta-se que certa vez numa tribo, o Conselho dos Sábios se reuniu para tomar uma decisão importante; Aonde poderiam esconder o FOGO, para que os homens não tivessem acesso à ele. O fato é que ele, o fogo, estava sendo mal utilizado pelos homens e mulheres daquele local, que o utilizavam para ferir uns aos outros, matar até, queimavam com ele o seus mais próximos, aqueles que contrariassem os seus interesses ou vontades e aquilo precisava acabar em nome da sobrevivência de todos.

Um dos sábios bradou de lá; “Eu já sei!!!, vamos esconder o fogo no fundo do mar”. Daí um outro argumentou que não daria certo, sob o fundamento de que um dia o homem inventaria uma forma de mergulhar e o tiraria do fundo mar.

De outra banda, ouviu-se que o melhor lugar era no espaço sideral, mas foi logo convencido que no espaço, o homem iria buscar o fogo lá também.

Tantos outros sábios sugeriram inúmeros locais, mas não chegaram a um consenso. Foi aí que o mais velho, com uma voz bem branda e mansa disse com muita sabedoria: Eu tenho uma sugestão, que agora mesmo me foi aludida: Vamos esconder o fogo “dentro do coração do homem”, pois lá, é um lugar onde ele nunca frequenta, ele nunca vai…

Finalmente, o Conselho chegou a um veredicto de que esconderiam o FOGO, dentro do coração do homem e até hoje ele lá está.

Trago aqui essa estória, como um convite nesses primeiros dias do ano para visitarmos o nosso coração, eu digo o nosso mais íntimo de nós, passando pela nossa consciência, os nossos sentimentos, enfim um escaneamento silencioso e profundo dentro, assim, cá dentro mesmo.

Sei que não é tarefa fácil, vivemos no tempo dos analgésicos, e esses percursos interiores, esses mergulhos, essas viagens, esse pensares, esses retiros, essas sanidades, mudanças mesmo, às vezes doem e machucam, mas de certa forma, me atrevo aqui a elencar algumas dicas para os que desejam tentar.

Primeiro, não há pressa para isso, o importante é iniciar o processo, mas não parar, diminuir o ritmo é as vezes necessário, cada um precisa encontrar o seu “time”, o seu caminhar.

Penso que outra dica importante seria buscar uma pessoa de sua confiança, ou talvez mais de uma, um profissional da área, um padre, um dirigente espiritual, um amigo mais experiente, mais velho mesmo, que os frutos de sua vida expressem segurança e prosperidade, enfim, equilíbrio emocional, vital, aquilo ou aquele que almejamos ser um dia.

A leitura, a busca do autoconhecimento, mas acima de tudo uma experiencia de Fé, de existência, de vivência, proatividade, de valores que nos trazem estabilidade em todos aspectos, sentidos, seja material, seja psíquico e espiritual, seriam boas indicações. 

Ia esquecendo o silêncio, ah o silêncio!!! É dom precioso que devemos cultivar, como alguém já disse certa vez, que é uma forma de dizer tudo.

Não há aqui, de minha parte, intenção de receitar soluções, até porque não seria eu autor lido, nem seguido, mas, de uma coisa eu sei, quando sabemos quem somos, convivemos melhor com os outros, por saber nossas limitações, o que queremos, como queremos, o que se pode esperar das outras pessoas a partir de nossas ações e exemplos, concretudes e menos vãs palavras.

Nesse alinhavo que se chama viver, saber manejar os escaninhos de sua própria vida é como dominar um instrumento musical com amor, zelo e muito cuidado, ou ainda, é como cantar uma nova canção todos os dias, todo o tempo, dar o tom e o ritmo capazes de drenar os nossos corações e dos outros em prol de uma vida melhor, feliz e próspera em 2023 e nos anos que se seguirão.

Viva a Vida, o Seu Fogo, a Sua Luz, Viva o Dom da Vida e Seu Autor principal que É Deus. O Senhor de quem somos e de quem seremos.

Por André Aguiar.

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