O jornalista Ivan Lessa dizia que, a cada 15 anos, os brasileiros esquecem o que ocorreu nos 15 anos anteriores. Esse mal acomete a imprensa tradicional, cujas manchetes repetem à exaustão que o presidente Jair Bolsonaro não vai aceitar os resultados das eleições, se Lula ganhar a disputa. Enquanto isso, o petista é vendido como democrata e “moderado”.
Essa acusação tem sido encampada por adversários do chefe do Executivo, sobretudo o PT. Em 1998, contudo, o jornal Folha de S.Paulo publicou a seguinte notícia: “PT ameaça não aceitar o resultado da eleição”. O então presidente da legenda, Zé Dirceu, dissera que, se FHC ganhasse, seria uma prova de fraude, isso porque a disputa tinha muitos indícios de “irregularidades”.
Um ano depois, com FHC reeleito, a sigla acusou o presidente de “criminoso”. Na ocasião, a legenda apresentou um pedido de impeachment sob alegação de que ocorrera um “estelionato eleitoral”. Nas palavras do então deputado Milton Temer, FHC “prometeu um segundo mandato de crescimento e criação de empregos”, enquanto o país supostamente enfrentava dificuldades econômicas.
Esse pedido de destituição de FHC foi um entre vários que o PT apresentou contra o então presidente. Entre 1990 e 2002, a sigla protocolou 50 pedidos contra Fernando Collor, Itamar Franco e FHC. Todos foram acusados de fraudes, golpes e irregularidades durante seus governos.
As críticas do PT também se estenderam às urnas eletrônicas. “Nada é infalível, só Deus”, disse Lula, em 2002, ano em que foi eleito pela primeira vez. “Vamos pegar o que aconteceu aqui, quantas denúncias já foram feitas de defunto que vota, de cidades que têm mais eleitores do que habitantes.” Na sequência, o petista afirmou que o voto auditável é a única maneira de tornar o processo eleitoral mais confiável.
A economista Marina Helena, candidata a deputada federal pelo Partido Novo, lembrou alguns desses episódios num vídeo publicado em suas redes sociais.
RO – Cristyan Costa