Pelo menos três mortos, oito feridos e várias lojas saqueadas foram o saldo dos protestos violentos registrados nessa segunda-feira (22) em Barinas, estado onde nasceu o ex-presidente Hugo Chávez, no oeste da Venezuela, informaram autoridades e dirigentes da oposição.
Em sua conta no Twitter, o Ministério Público venezuelano informou que vai investigar as mortes de Yorman Alí Bervecia Cabeza, de 19 anos, Adonis Pérez, 22, e Alfredo Carrizales, todas ocorridas durante os protestos no estado.
O órgão explicou que, segundo informação preliminar, Bervecia Cabeza encontrava-se em uma manifestação “quando recebeu um disparo”. Sobre os outros dois casos, não deu detalhes.
O parlamentar oposicionista, Freddy Superlano, disse à Agência EFE que pelo menos 15 manifestações ocorreram em Barinas, e se tornaram violentas, sendo dispersadas pelas forças de segurança.
Superlano informou, no Twitter, que Jhon Alberto Quintero morreu “atingido por bala” na cidade de Guanapa, após a “repressão brutal” das forças de segurança. A morte não foi confirmada pelas autoridades locais, nem pelo Ministério Público.
Superlano acusou funcionários policiais e da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) de ter causado ferimentos a bala em pelo menos oito pessoas. Além disso, relatou que em “situação irregular” várias lojas da capital do estado foram saqueadas.
O legislador não descartou que esses incidentes tenham sido “induzidos” para incriminar os opositores. “São estranhos”, advertiu.
O prefeito de Barinas, o opositor José Luis Machín, repudiou os incidentes e acusou o governo do presidente Nicolás Maduro de ser “o grande responsável pela violência” no país. “Cada saque de empresas é mais desemprego, miséria e fome para o nosso povo. Rejeitamos o vandalismo”, escreveu Machín no Twitter.
Também em Barinas, foram queimadas a sede regional do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
A reitora do CNE, Tania D’Amelio, informou, também no Twitter, que a sede regional do Poder Eleitoral “foi saqueada e queimada por grupos violentos”, que causaram “graves danos materiais”.
“Afortunadamente, nossas companheiras e companheiros não sofreram danos físicos, apesar do agravo e risco a que foram submetidos”, acrescentou a reitora.
A Venezuela passa por uma onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro, alguns dos quais se tornaram violentos e deixaram pelo menos 51 mortos, incluindo as três confirmadas hoje pelo Ministério Público.