primeira-dama do Estado, Ana Maria Lins, e a gestora do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Marielza Rodriguez, visitaram, nesta quinta-feira (18), artesãs homenageadas no 33º Salão do Artesanato Paraibano, que acontece de 12 de janeiro a 6 de fevereiro do próximo ano, na orla do Cabo Branco, em João Pessoa. Com o tema “Toda arte que vem do mar”, o Salão valoriza e enaltece o trabalho de artesãs que fazem peças com mariscos, conchas, escamas e outros itens relacionados ao mar.
As primeiras visitas ocorreram no Centro Cultural Casarão do Padre e na Associação de Marisqueiras, em Cabedelo, onde a primeira-dama teve a oportunidade de ver de perto a arte das Ondinas e Marisqueiras. Em seguida, Ana Lins fez uma visita às Sereias da Penha, em João Pessoa. “Apesar da pandemia, o Governo do Estado continuou desenvolvendo ações na área do artesanato. Foram feitas diversas feiras em lojas e shoppings e agora está sendo preparado o Salão do Artesanato, que vai acontecer entre janeiro e fevereiro. Hoje pude conhecer um pouco mais sobre o artesanato que vem do mar. O Artesanato é cultura e o Governo vai continuar apoiando e preservando essa arte”, garantiu Ana Lins.
A gestora do PAP, Marielza Rodriguez, reforçou que o mar será a grande inspiração para o este Salão do Artesanato e falou sobre a expectativa para o evento. “Será uma linda homenagem a todas as artesãs do marisco, das escamas, de toda arte que vem do mar. Por isso, estamos visitando as artesãs junto com a primeira-dama e alguns arquitetos parceiros, para dar orientações e buscar inspiração para a decoração do 33º Salão. São três municípios homenageados com suas artesãs: João Pessoa, Cabedelo e Pitimbu”, falou.
A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres de Cabedelo, Priscila Rezende, comentou que a cidade de Cabedelo tem o projeto das Ondinas, composto por artesãs que trabalham com a escama e a pele do peixe. “A secretaria dá apoio a este projeto, que abrange cerca de 10 artesãs que farão parte do Salão de Artesanato Paraibano. Todos os anos a prefeitura realiza cursos de artesanato em várias ramificações de produtos artesanais. E devido ao Salão, também estamos fazendo um mini-curso sobre a escama do peixe para que as artesãs possam fabricar esses produtos especificamente para o evento”, explicou.
“Comecei há mais de 15 anos trabalhando com conchas do mar e depois veio a escama que hoje é nossa pérola. O artesanato é minha fonte de renda, inclusive já dei aulas em cursos para outras mulheres aprenderem essa arte e ficarem independentes. Faço colares, brincos, artigos de decoração e outros. Tudo o que vem do mar é prazeroso de trabalhar”, frisou a artesã Francis da Silva.
Teresa Júlio, que também é artesã de Cabedelo, recordou que, antigamente, o artesanato vindo do mar não era valorizado, mas a realidade mudou. “Nossa arte feita com escama do peixe era vista como algo pobre, sujo. Ninguém valorizava, mas felizmente isso mudou. Com o apoio do Programa do Artesanato e outros órgãos e com capacitações, nosso trabalho passou a ser reconhecido. Hoje podemos ver a arte da escama do peixe chegando a todos os lugares. E saber que o Salão do Artesanato vai ter esta temática do mar foi maravilhoso. Agradeço a todos por este reconhecimento”, comentou.
A artesã e marisqueira Rosilene Mariano trabalha com artesanato há 20 anos e disse que a arte trouxe mais alegria para a vida dela. “Eu amo o artesanato e aqui temos bastante matéria-prima, e o melhor, de graça. As artesãs da associação fazem jarros de mariscos, biojoias, flores, artigos de decoração e outras peças. Era um grande sonho nosso sermos homenageadas nesse Salão”, enfatizou.
Já a artesã Aurizete Santos, conhecida como Preta, faz parte das Sereias da Penha. Ela falou sobre a alegria de ver o artesanato do mar como tema do Salão do Artesanato Paraibano. “Na pandemia foi muito difícil para os artesãos, mas estamos aqui firmes e nos reerguendo. Só tenho a agradecer pela escolha desse tema, fiquei muito feliz quando soube. Que possamos nos unir e trabalhar com dedicação para mostrarmos nossa arte no próximo Salão do Artesanato”, comemorou.
O projeto Sereias da Penha possibilita a inclusão social com a apropriação da cultura local na comunidade da Praia da Penha. As artesãs produzem biojoias e peças com escamas e couro de peixe, como colares, brincos, blusas, cintos e outros artefatos.