Caso de Polícia

Preso por suspeita de golpe, pastor Péricles Cardoso acusa colega de igreja de plantar denúncia falsa

A defesa do pastor Péricles Cardoso, preso por obter vantagem indevida junto a fiéis, afirmou nesta quarta-feira (01), ter provas que comprovariam que as acusações acerca do líder religioso seriam falsas e feitas por outro pastor, que ainda não teve o nome revelado.

“É um pastor, só não vou dizer o nome agora. Tenho bastante prova aqui, bastante prova que eu vou anexar ao processo”, disse o advogado Robério Capistrano.

O jurista ingressou com um pedido de Habeas Corpus para tentar soltar Péricles. Ele argumenta que a prisão é ilegal e pede para que o pastor seja liberado.

“Foi decretado que ele estava foragido, só que como ele estava foragido e não existia nenhum tipo de intimação? Nós só somos foragidos quando intimados a comparecer em certo local, perante ao delegado ou autoridade judicial e não comparecendo, aí sim, se torna foragido”, declarou.

Pastor está no Roger – O pastor Péricles Cardoso de Melo, suspeito de obter mais de R$ 2 milhões de vantagem indevida junto a fiéis, se entregou à Justiça, em João Pessoa, na manhã desta quarta-feira (01).

O religioso teve a prisão preventiva decretada no final de setembro, mas ainda não foi localizado pelas Forças de Segurança.

Segundo apurou a reportagem, o pastor passou por audiência de custódia e terá que ficar preso na Penitenciária Flósculo da Nóbrega (Presídio do Róger).

No início do mês, Péricles chegou a gravar um vídeo para negar as acusações. Ele, no entanto, disse que não conseguiu pagar as dívidas feitas para as “obras da igreja” usando os cartões dos fiéis que frequentavam a Assembleia de Deus.

“Eu não fugi e não sou ladrão. Estou bem perto. Eu vou chegar, está tudo com meu advogado. Ele vai abrir uma ação contra você que deu entrada na delegacia contra mim e minha esposa”

Ministério Público defende prisão  – Em parecer encaminhado à justiça, a promotora Gláucia Maria de Carvalho Xavier, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), se manifestou pela decretação da preventiva.

Segundo a promotora, ficou claro durante a investigação por parte da Polícia Civil “que Péricles Cardoso de Melo, que era pastor da Igreja Assembleia de Deus em Mangabeira I desde o ano de 2018, utilizando-se de seu poder de convencimento, da fé religiosa e respeito que os fiéis que congregavam na Assembleia de Deus tinha por sua pessoa, começou a solicitar ajuda financeira dos fiéis para a compra e reforma de uma casa para a Igreja”.

“Essa prática já vinha ocorrendo pelo menos dois anos, mas ele pedia dinheiro emprestado, utilizava-se dos cartões de crédito dos fiéis, mas vinha fazendo os pagamentos de suas dívidas e assim foi adquirindo a confiança entre os fieis. Saliente-se que os “irmãos” da igreja não sabiam entre si desses pedidos de ajuda, pois tudo era feito em sigilo; Que o Pastor também se passava por um homem “muito bondoso”, ajudando financeiramente os fiéis da igreja, pagando contas deles com o seu dinheiro particular, mas, no entanto, ele utilizava o dinheiro que havia recebido dos congregados para fazer a “Obra” na Igreja”, diz o inquérito.

Para a promotora, seguindo o entendimento da Polícia Civil, há a necessidade da decretação da prisão preventiva do pastor “a fim de garantir a ordem pública, garantia de aplicação da lei penal e busca de novas provas para embasar as investigações necessárias”.

“Caso não seja decretada a prisão dos investigados, certamente não aguardarão, passivamente, uma futura condenação criminal, tendo, pois, motivos sobrados para empreender fuga e frustrar até mesmo seu futuro julgamento perante o Poder Judiciário”, escreveu.

João Pedro Gomes –  MaisPB

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