Brasil

Presidente tenta o grande acordo nacional, com o STF e com o Congresso

A chegada de um novo presidente ao Palácio do Planalto traz expectativas aos mais diversos grupos. Com Jair Bolsonaro (PSL) não foi diferente. Os maiores entusiastas, em um primeiro momento, eram os liberais na economia e os conservadores nos costumes.

Com sinais trocados, o presidente levou primeiro a pauta econômica ao Congresso, representada, até o momento, pela reforma da Previdência. Seu discurso, porém, focou no outro grupo que, com o passar dos meses, ganhou o título de “ala ideológica”, e tem como líder o professor de filosofia on-line Olavo de Carvalho.

Somado a essa troca inicial, Bolsonaro não quis ir para a arena do debate político. Com discurso reducionista, equalizou todos os deputados que não apoiavam o seu governo como parte da “velha política”. Nada de novo no front. Lula (PT), quando ocupou o mesmo cargo, usou o discurso de que “as elites” eram contra o “progresso”.

Mudaram os termos, não a lógica.

O capitão da reserva chamou para dialogar os presidentes do Legislativo – Davi Alcolumbre, do Senado, e Rodrigo Maia, da Câmara – e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Bolsonaro resolveu entrar na política e impressiona a presença do presidente do STF, que não faz política. Construiu-se o grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo.

Maia – Logo após a conversa que manteve com Bolsonaro, Rodrigo Maia reuniu-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e um grupo de deputados. Na ocasião, ele deu início a uma nova parte da sua estratégia para fazer avançar a reforma: conversar com os líderes informais da Câmara.

Guedes apresentou uma série de medidas que tem por objetivo destravar a economia. Além disso, foi criado um grupo de trabalho entre parlamentares para dar celeridade a essas medidas. Na saída da reunião, Maia disse que iria acelerar aprovação da Previdência.

“Precisamos caminhar para a pacificação e o Maia trabalha de acordo com isso”, relatou o deputado Marco Feliciano (Pode-SP), presente na reunião, aliado de Bolsonaro e uma das figuras mais reconhecidas da bancada evangélica – base de apoio dos “conservadores” nos costumes.

Bolsonaro, igualmente, começou a ceder. Na tarde desta terça-feira (28/05/2019), escreveu carta para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, pedindo que a MP 870 fosse aprovada do jeito que chegou da Câmara, ou seja, com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) nas mãos de Paulo Guedes (Economia) e não de Sergio Moro (Justiça), como pregava.

O acordo já deu os seus primeiros passos.

 

 

guilherme waltemberg

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