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Presidente sul-coreano toma posse e cogita viagem a Coreia do Norte

O novo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tomou posse nesta quarta-feira (10) e tornou-se o 19º líder da história do país. Em sua posse, o novo mandatário afirmou que quer buscar a paz na península coreana e não descartou uma visita a Pyongyang.

Aos parlamentares, o ex-advogado dos Direitos Humanos e filho de refugiados que escaparam do território norte-coreano, afirmou que fará “de tudo para construir a paz na península”.

“Se precisar voar imediatamente para Washington, eu vou. Eu também vou para Pequim e Tóquio e também a Pyongyang — nas circunstâncias corretas”, disse em sua posse. Essa é uma das primeiras vezes que um líder sul-coreano fala abertamente de uma visita ao “rival” do norte.

A fala ocorre em um momento de elevada tensão entre os dois países, após uma série de testes feitos pelo ditador Kim Jong-un e dos exercícios militares realizados pelos Estados Unidos com soldados de Seul. Além disso, a instalação de um sistema antimísseis Thaad pelos EUA na Coreia do Sul irritou a China. A tensão chegou a tal ponto que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou fazer uma ação militar na Coreia do Norte em caso de sucessivos testes nucleares e os chineses alertaram para o risco de uma guerra nuclear na península.

Após a posse, o presidente da China, Xi Jinping, parabenizou o novo mandatário e afirmou estar pronto para aprofundar os laços entre os dois países e resolver as diferenças nas questões diplomáticas, especialmente, por conta da crise com Pyongyang. Já o premier japonês, Shinzo Abe, enviou na mensagem de felicitações a Moon Jae-in um pedido para iniciar uma colaboração, em especial, sobre o caso da Coreia do Norte com o objetivo de “manter a paz e a prosperidade na região”.

Nomeações. Entre as primeiras ações como presidente, Moon Jae-in nomeou Lee Nak-yon, atual governador da província de South Jeolla, como seu primeiro-ministro. O governador é jornalista e já teve quatro mandatos como parlamentar. O nome precisa ser aprovado pelo Parlamento.

Já a agência de notícias sul-coreana Yonhap informou que Im Jong-seok, um ex-parlamentar e secretário do novo presidente durante a campanha eleitoral, será o chefe de Gabinete do novo governo.

Outra nomeação do presidente é o novo chefe da Inteligência de Seul. Trata-se de Suh Hoon, 63 anos, que teve um papel-chave na organização de duas reuniões entre os líderes das Coreias em 2000, entre Kim Dae-jung e Kim Jong-il, e em 2007, entre Roh Moo-hyun e Kim Jong-il.

Eleições. As eleições presidenciais na Coreia do Sul foram antecipadas para o dia 9 de maio por conta do escândalo de corrupção e tráfico de influência que atingiu a ex-presidente do país Park Geun-hye, que sofreu um processo de impeachment no dia 10 de março. Nas urnas, o candidato do Partido Democrático teve 41,08% dos votos dos mais de 32,8 milhões de cidadãos que participaram do pleito. A afluência no dia de votação foi de 77,2% e o mandato do novo líder terá a duração de cinco anos.

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