Pelo menos para o mercado a reputação do ministro da Fazenda não se abala. Na segunda-feira 22 Meirelles passou a manhã e o início da tarde em uma teleconferência com investidores brasileiros e estrangeiros. 

No decorrer da conversa, segundo notícias veiculadas pela imprensa econômica, o ministro foi questionado sobre se Temer fica, ao que respondeu que trabalha com a hipótese de permanência do presidente. “Aceitaria substitui-lo?, quis saber outro investidor. Meirelles disse ser “um homem prático”, que trabalha com a realidade e que, na sua avaliação, o presidente segue no cargo. 

O ministro da Fazenda acrescentou então que, nesse contexto, a missão dele é tocar a agenda econômica.

Se o universo das finanças precisa de estabilidade, a declaração de Temer causou estranheza no mundo político. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou: “se eu fosse presidente, ontem teria demitido Meirelles que saiu pra dizer que ia tocar as reformas com Michel ou sem Michel”

Esclarecimentos na Câmara

Embora as gravações não tragam indícios de envolvimento de Meirelles e o então executivo tenha se blindado num cargo consultivo, na segunda-feira 22 o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) protocolou um requerimento de convocação para que o ministro da Fazenda preste esclarecimentos à Casa sobre as transações que resultaram nos empréstimos do BNDES às empresas da holding J&F. Na terça-feira 23 foi a vez do deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA) protocolar requerimento com o mesmo objetivo

Há suspeitas ainda sobre empréstimos irregulares da Caixa Econômica Federal que, somados aos concedidos pelo BNDES chegariam a 15,5 bilhões de reais.