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Por sonho de ser boleiro, mais de 600 garotos superlotam peneira na PB

Seletiva do Botafogo-PB começou na quarta-feira e previsão inicial era que fosse até o sábado. Diretoria, contudo, admite que procura foi duas vezes maior do que previsto

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O sonho de se tornar jogador de futebol, defender um grande clube e jogar para um estádio lotado está no imaginário de boa parte dos brasileiros. Sonho também de uma vida melhor, de bons salários, de fama. Em meio a esta realidade, o Botafogo-PB anunciou a realização de uma peneira para identificar jogadores que eventualmente pudessem ser aproveitados pelo clube. Peneira comandada pelo próprio Itamar Schülle, o técnico do time principal que em 2017 vai participar do Campeonato Paraibano, da Copa do Nordeste, da Copa do Brasil e da Série C do Campeonato Brasileiro. O resultado? Perto de 650 garotos entre 18 e 21 anos compareceram ao Centro de Treinamento da Maravilha do Contorno para serem avaliados apenas no primeiro dia de testes. Um número duas vezes maior do que o esperado pelo Belo.

O fato é que o Centro de Treinamento do Botafogo nunca esteve tão lotado. Tanto que em certo momento foi preciso pedir para que os atletas que chegavam voltassem no dia seguinte. A seletiva começou na tarde desta quarta-feira e segue a princípio até sábado.

– Ninguém esperava essa quantidade de atletas. Tivemos que mandar fechar o portão e pedir com educação para que muitos voltassem no dia seguinte para se inscrever. Foi impossível atender todo mundo num único momento. Vamos ter o maior cuidado possível para avaliar cada um deles e tratar bem esses garotos que estão em busca dos seus sonhos – disse Schülle.

Um desses garotos é Gabriel Ferreira, de 18 anos, que viajou mais de 200 quilômetros, sozinho, de moto, apenas para fazer o teste. Gabriel mora em São João do Cariri, que fica a exatamente 216 km de João Pessoa, mas durante esses dias de testes vai ficar hospedado na casa do irmão, que mora e trabalha na capital paraibana. Ele conta que para fazer a viagem contou com a ajuda da família e dos amigos.

– Para falar a verdade, eu estou bem nervoso. Espero que eles gostem do meu trabalho. Mas mesmo se não gostarem, não tem problema. Eu não vou desistir. Porque Cafu (capitão do penta pela Seleção em 2002), como o professor mesmo disse, enfrentou oito peneiras e só foi aprovado na nona. Então eu vou ter o mesmo foco, não vou desistir se não for aprovado – afirmou o garoto.

A seletiva tem reunido jogadores de várias partes da Paraíba e até mesmo quem já jogou como profissional e nem morava mais pelo Estado resolveu aparecer para mostrar seu talento. Foi o caso do zagueiro Marcos Arthur, que teve uma passagem pelo Audax e está de férias em João Pessoa, na casa dos pais.

Assim como todos os outros candidatos, o zagueiro de 21 anos tenta uma chance em um clube onde possa jogar e se projetar na carreira. E mesmo já tendo experiência em um outro clube, ele parte em pé de igualdade com relação aos outros nomes.

– É uma boa oportunidade porque estou de férias e meus pais são daqui da Paraíba. O Botafogo está querendo montar um bom time para o estadual e para as outras competições e seria um clube ideal para eu demonstrar meu trabalho. Quem sabe o professor possa contar comigo para o ano que vem – disse Marcos Arthur, cheio de esperanças.

Os jogadores, inclusive, tem um exemplo próximo para se apegar. Neste ano de 2016, o clube contou em seu time titular com o volante Djavan, que até golaço marcou na Série C deste ano. O detalhe é que ele é um jogador da base botafoguense que no início do ano ascendeu para a equipe principal.

O volante, aliás, está em vias de ser negociado com um grande clube da Série A do Brasileiro. Durante a disputa da Série C, a diretoria do Botafogo chegou a ser procurada por representantes de Santos, Internacional e Ponte Preta para tratar de uma transferência do atleta, mas o Belo só aceitou negociá-lo ao término da competição.

– Estamos surpresos com o número de inscrições. Acho que se a gente conseguir num peneirão desses descobrir quatro ou cinco novos “Djavans”, já teremos saído vitoriosos – comentou Guilherme Novinho, que até domingo era o presidente do clube e que agora ocupa o cargo de vice-presidente.

Para a diretoria do Botafogo, a intenção é dar prosseguimento a este trabalho de base e descobrir mais jogadores que possam um dia ser aproveitados no time profissional.

 

GE

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