A Polícia Civil da Paraíba, através da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa deflagrou nessa terça-feira (28), uma operação que prendeu uma quadrilha especializada na falsificação de documentos públicos como carteiras de identidade e de motorista, contratação de empréstimos bancários, financiamento de veículos e transferência de benefícios sociais como aposentadorias e pensões de forma fraudulenta.
A polícia já identificou 60 vítimas, que tiveram prejuízos somados de pelo menos R$ 1,8 milhão. Já foram constatadas fraudes praticadas em João Pessoa, Fortaleza (CE), Natal (RN) e Recife (PE).
Segundo o delegado Lucas Sá, da DDF, as investigações começaram após a detenção de um dos membros da associação, no dia 11 de janeiro deste ano. A partir daí, a Polícia Civil passou a investigar as fraudes praticadas, descobrindo que os crimes são cometidos por uma quadrilha composta por pelo menos oito pessoas, de diversos estados, dos quais seis membros já foram identificados.
Os suspeitos possuem senhas de acesso de bancos e de sistemas de informação, utilizando as informações obtidas na fabricação dos documentos falsos. Dois deles, um homem e uma mulher, foram presos em Guarabira, no brejo da Paraíba, a 98 km de João Pessoa, em 2015, praticando as mesmas condutas, mas foram liberados em poucos dias, retomando a ação criminosa.
A DDF descobriu a localização atual da associação, em uma residência no Centro de Sapé, na Zona da Mata, a 42 km da Capital, passando a monitorar os suspeitos por dois dias, deflagrando a operação nas primeiras horas da manhã desta terça-feira.
“A associação criminosa já fez pelo menos 60 vítimas nos últimos quatro meses, praticando condutas que vão desde a abertura de contas bancárias, contratação de empréstimos, clonagem de cartões de crédito, financiamento de veículos, conseguindo até mesmo transferir benefícios sociais das vítimas. A DDF conseguiu contato com uma das vítimas, residente na cidade de Natal (RN), em nome da qual foi feito um empréstimo no valor de R$ 55 mil, financiado um veículo Fiat Bravo e outras condutas, causando um prejuízo total de R$ 80 mil.
A vítima, um deficiente físico e aposentado por invalidez, teve até mesmo a aposentadoria transferida para uma conta aberta pelos golpistas, de maneira que está tentando demonstrar na Justiça que todas as contratações foram realizadas de maneira fraudulenta”, contou Lucas Sá.
Durante a operação desta terça foram presas três pessoas, Cláudia Primo de Moraes, de 45 anos, Varinalda Lúcia Alves da Silva, de 53 anos e José de Araújo de 54 anos. Em poder dos suspeitos a polícia apreendeu um revólver de calibre 38, cartões bancários, vários cartões de crédito clonados, diversas cédulas de identidade falsas, impressoras utilizadas para a fabricação dos documentos, três veículos adquiridos com documentos falsos e diversos equipamentos eletrônicos. Os suspeitos que haviam sido detidos em 2015, além de mais uma mulher não foram localizados no decorrer da operação e são considerados foragidos. A DDF representará pela prisão preventiva deles.
“Todos os suspeitos identificados responderão pelos crimes de estelionato, receptação, falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa e porte ilegal de arma, cujas penas ultrapassam 25 anos de reclusão”, informou o delegado.
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