A Polícia Federal cumpre dois mandados de busca e apreensão em dois endereços em Cabedelo, região metropolitana de João Pessoa, pela Operação Ressonância, deflagrada nesta quarta-feira (4). Os alvos são Lindenberg José de Andrade Barros e a empresa da qual ele é sócio, registrada como Lauro Victor de Barros Despachos Aduaneiros LTDA.
A ação é para desarticular uma organização criminosa responsável por um cartel e fraude em licitações para fornecimento de equipamentos médicos e materiais hospitalares. Esses produtos foram para a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro e para o Instituto Nacional de Traumatologia (INTO).
A empresa, da qual Lindenberg é sócio com mais seis empresários, atua em serviços combinados de escritório e apoio administrativo. Ele está no mercado há 33 anos e fica localizada no Centro de Cabedelo.
Mandados – Foram mobilizados 180 policiais federais para o cumprimento de 13 mandados de prisão preventiva, nove mandados de prisão temporária e 43 de busca e apreensão. As ordens judiciais foram expedidas pela 7° Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a qual também intimou a um ex-secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Estados – A Operação Ressonância também se estende ao Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e ao Distrito Federal. A assessoria de imprensa da PF no Rio não soube informar os alvos da operação na Paraíba.
Fratura Exposta – A ação é um desdobramento da Operação Fratura Exposta, que a PF deflagrou em abril do ano passado. O Ministério Público Federal (MPF) também está envolvido nas investigações.
Multinacional – Uma empresa multinacional de fornecimento de materiais e equipamentos médicos é apontada na atuação do esquema. A polícia diz que ela manteria sob influência a diretoria do INTO. Segundo a PF, essas informações são baseadas em “outros dados existentes em inquéritos anteriormente instaurados pela Polícia Federal sobre o assunto, bem como elementos colhidos em processos administrativos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Intenção da organização criminosa – O grupo agia para escolher os vencedores e os valores a serem pagos nos contratos de fornecimento do Instituto. “Outras empresas interessadas em participar das licitações precisavam passar a integrar o cartel coordenado por essa grande empresa do ramo para ampliar as chances de sucesso”, detalha a polícia.
A PF tem como alvo, hoje, 37 empresas pelos crimes de formação de cartel, corrupção, fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Nome da operação – O nome da operação é uma referência ao tipo de exame médico utilizado para diagnosticar a existência de doenças e a sua extensão.