“Um grupo criminoso em plena atividade”. Foi assim que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se referiu na denúncia oferecida contra o presidente Michel Temer (PMDB) e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures por corrupção passiva ao “núcleo do PMDB na Câmara”. Um dos citados como integrantes desse grupo é o atual vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Junior (PMDB).
De acordo com Janot, em seu texto da denúncia, trata-se de um grupo
“organizado, comandado e articulado por políticos (…), com o escopo de viabilizar enriquecimento ilícito daqueles e de grupos empresariais, bem como financiar campanhas eleitorais, a partir de desvios políticos de diversas empresas estatais e entes da administração direta e indireta”.
Janot descreveu na denúncia como era a atuação de um grupo de políticos do PMDB e de outros partidos na Câmara dos Deputados e no Executivo Federal, alvo de investigação criminal no STF (Supremo Tribunal Federal) sob suspeita de formação de quadrilha.
Conforme avança a Operação Lava Jato e seus desdobramentos, a junção de diversos inquéritos e ações penais com assuntos coincidentes oferece uma perspectiva mais ampla de como funcionavam os esquemas de corrupção envolvendo políticos e grande empresários brasileiros.
No inquérito 4327, aberto para investigar o que a PGR (Procuradoria-Geral da República) chama de “grupo do PMDB na Câmara” e que corre no STF, estão arroladas como suspeitos 15 pessoas, a maioria deputados federais – além do PMDB, a lista traz parlamentares do PSC, do PTB e do PTC.
De acordo com Janot, “vislumbrou-se que os integrantes do chamado ‘PMDB da Câmara dos Deputados’, arrolados nestes autos, atuavam diretamente na indicação política de pessoas para postos importantes da Petrobras e da Caixa Econômica Federal. Além disso, eram responsáveis pela ‘venda’ de requerimentos e emendas parlamentares para beneficiar, ao menos, empreiteiras e banqueiros. Outros parlamentares supostamente envolvidos com o grupo não fazem parte desta investigação, mas já respondem a outras ações e inquéritos relacionados ao esquema”.
Os políticos citados pela PGR como integrantes do grupo são os deputados federais André Moura (PSC-SE), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Aníbal Gomes (PMDB-CE), Altineu Cortês (PMDB-RJ) e Manoel Júnior (PMDB-PB). Os ex-deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ, também ex-presidente da Câmara), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN, também ex-ministro do Turismo), Alexandre Santos (PMDB-RJ), Carlos Willian (PTC-MG), João Magalhães (PMDB-MG), Nelson Bornier (PMDB-RJ) e Solange Almeida (PMDB-RJ) também são investigados sob suspeita de fazer parte da “quadrilha”.
Fonte: Uol