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Paraíba tem 7ª pior renda per capita do Brasil, aponta IBGE

dinheiro-300x225A renda per capita domiciliar na Paraíba em 2014 foi de R$ 682, sendo o sétimo pior rendimento do País. Considerando a região Nordeste, o valor da Paraíba teve a quinta maior renda per capita no período. Entretanto, das cinco menores rendas do Brasil no ano passado, quatro foram de estados nordestinos, sendo o Maranhão o pior do ranking nacional, com rendimento per capita de apenas R$ 461.

Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Especialistas afirmam que renda média paraibana reflete situa- ção crítica da região Nordeste e é um indicador de pobreza do Estado. A renda per capita nacional em 2014 foi de R$ 1.052, segundo o órgão. No País, os maiores rendimentos nominais domiciliares se concentravam nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A maior média salarial do Brasil foi no Distrito Federal, onde se pagou R$ 2.055 no ano passado.

Em seguida, aparece São Paulo, cujo salário em 2014 foi de R$ 1.432 por mês. Em terceiro lugar no País, segundo os dados do IBGE, ficou com o Rio Grande do Sul, que pagou R$ 1.318 por mês no período. Ainda, considerando o salário mínimo em vigência em 2014, que foi de R$ 724, o rendimento per capita pago aos paraibanos no período foi 5,8% menor. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), em dezembro de 2014 o valor do salário mínimo necessário para atender às necessidades mais básicas deveria ser de R$ 2.975,55.

“A situação evidentemente vai ficar ainda mais agravada agora com a estagnação da economia nacional em face do ajuste fiscal, que além de promover a recessão, com aumento de impostos, juros altíssimos, aumento de combustíveis e energia, entre outros itens, elevam enormemente o custo de vida. Esse índice per capita, de R$ 682, abaixo do Salário Mínimo, é a medida da indignidade sócio-econômica e política em que vivem milhões de paraibanos, para nosso escarmento”, enfatizou o presidente do Conselho Regional de Economia da Paraíba (Corecon-PB), Martinho Campos.

De acordo com o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Alysson André Oliveira, a renda per capita (por cabeça, ou seja, por habitante) baixa é um indicador da pobreza do Estado. “Significa que, em média, o paraibano não tem condições de ter acesso a vários bens de consumo. Essa renda mal dá para as necessidades básicas de alimentação de uma pessoa. Como a renda é per capita, significa que uma família de quatro pessoas teria uma renda mensal média de R$ 2.728,00. Esse valor é bem superior a média de rendimentos da maioria das famílias paraibanas, o que sugere que a concentração de renda no Estado é considerável. Poucos ganham muito e muitos ganham muito pouco”, avaliou.

Segundo avaliou Martinho Campos, a renda per capita paraibana reflete a situação crítica de toda a região Nordeste do País. “Especialmente no tocante aos municípios das áreas carentes, desprovidas particularmente de investimentos nos setores industrial e agropecuária e contando insuficientemente apenas com pífios incrementos no setor de comércio e serviços, sem deixar de mencionar que há em toda a região alguns bolsões de intenso crescimento, motivados por oportunidades interessantes voltadas, sobretudo para o agronegócio.

Mas no conjunto, a região continua a ressentir-se de um baixo dinamismo econômico em mesorregiões em que a tônica é a pobreza, como é o caso do Sertão paraibano e do Agreste paraibano, com a participação também negativa de vários municípios do Cariri”, explicou o economista.

O presidente do Corecon-PB também afirmou que os municípios localizados no Sertão e Agreste paraibano têm o consumo dependente em grande parte na aposentadoria rural e nos programas de transferência de renda, a exemplo do Bolsa Família. “Vale lembrar que na Paraíba, como nos demais estados nordestinos, campeiam enormes desigualdades econômicas entre seus municípios. Mais da metade do PIB paraibano está concentrada em apenas cinco dos seus municípios, mostrando claramente essa disformidade do Estado”, salientou. Ele afirmou que, para mudar tal quadro, o ideal é buscar aumentar o investimento à interiorização da economia.

Jornal Correio

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