Os protestos contrários à votação do Congresso do Paraguai, que permitiu a reeleição presidencial no País, na noite da última sexta-feira (31) e madrugada deste sábado (1º), terminaram com uma pessoa baleada e morta em Assunção, capital do país.
Um jovem dirigente do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), chamado Rodrigo Quintana de La Colmena, participava de uma vigília com cerca de cem pessoas no interior da sede da legenda, quando a polícia entrou no local.
De acordo com o jornal paraguaio Última Hora, um gripo de policiais entrou no local à força e começou a agredir os jovens. Em seguida, dispararam e acertaram a cabeça do rapaz, que morreu na hora.
Uma testemunha da ação policial, Laura Valinotti, afirmou que, “quando os policiais chegaram, entramos todos, cerca de cinco pessoas, nos escondemos na cozinha, fechamos a porta e apagamos as luzes, por isso nos salvamos. De lá, pedimos ajuda”.
Incêndio controlado
Os bombeiros paraguaios controlaram o incêndio no Congresso do Paraguai, no centro de Assunção, depois que centenas de manifestantes contra o projeto de reeleição presidencial invadiram o edifício nesta sexta-feira e atearam fogo em várias das instalações. As informações são da agência de notícias EFE.
Eles conseguiram apagar as chamas do primeiro andar do edifício, onde se encontra a sala bicameral do parlamento e os escritórios de vários legisladores.
No lugar foi possível observar numerosos danos materiais e as vidraças destroçadas depois que os manifestantes jogaram pedras contra as paredes do edifício.
Trata-se do segundo incidente violento do dia no Congresso, depois que no primeiro ficaram feridos por balas de borracha o deputado Edgar Acosta e o presidente do Partido Liberal, Efraín Alegre.
A votação
Os incidentes começaram depois que 25 senadores votaram a favor do projeto de emenda nas dependências da Frente Guasú, do ex-presidente Fernando Lugo, e sem a presença dos demais legisladores e do presidente do Senado, Roberto Acevedo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Velázquez, convocou depois uma sessão para o sábado para tratar a emenda, que cancelou posteriormente para evitar mais incidentes.
O partido de Lugo aprovou a emenda para que o ex-bispo possa concorrer nas eleições de 2018, e o Partido Colorado para que o atual presidente do Paraguai, Horacio Cartes, possa fazer o mesmo. A atual Constituição paraguaia proíbe a reeleição presidencial.
Por outro lado, o Partido Liberal, o maior da oposição, e outras forças opositoras, alegam que a emenda é anticonstitucional como meio de facultar um segundo mandato presidencial.
R7