O Brasil se prepara desde 2007 para receber a Copa do Mundo em casa e, até mesmo antes disso, já conseguia imaginar quais eram os jogadores mais promissores dos próximos anos, favoritos a representarem a seleção. Mas nem tudo saiu como o planejado. E isso não se refere ao vexame do Mineirazo, contra a Alemanha, que beirou o inacreditável. Parte do que se previa, em termos de jogadores, mostrou-se totalmente surreal.
O UOL Esporte listou alguns jogadores que o Brasil esperava ver com a camisa amarela na Copa de 2014, mas que, por motivos técnicos ou imprevistos quase absurdos, não passaram nem perto do torneio.
Bruno apareceu para o futebol brasileiro como jogador promissor ainda em 2005, no Atlético-MG. Passou por Corinthians e Flamengo, e trilhava o caminho para ser o próximo camisa 1 da seleção. Em 2010, no entanto, foi condenado pela morte de Eliza Samúdio, mãe de um filho seu. Depois de cumprir 3 anos e 7 meses da condenação, aguarda liberação da Justiça para voltar a jogar pelo Montes Claros, aos 29 anos.
Breno Era o próximo grande zagueiro do futebol brasileiro. Despontou para o futebol em 2007, aos 17 anos, ao ser um dos principais jogadores do São Paulo no título do Brasileirão. Teve de provar ao Bayern de Munique que não era gato, que de fato tinha a idade que dizia ter. Provou. E rendeu muito dinheiro ao clube que o revelou. Depois de alguns anos na Alemanha e pontuais lesões graves, foi acusado de incendiar a própria casa e, então, preso. Há cerca de um ano, conseguiu passar a cumprir sua pena em regime semiaberto e fechou contrato para voltar ao São Paulo, aguardando ainda liberação da Justiça.
Rafael e Fábio Os gêmeos passaram pelas seleções de base e eram praticamente uma garantia de que a seleção brasileira teria bons jogadores nas duas laterais da defesa por pelo menos uma década. Mas isso nunca aconteceu. Rafael e Fábio deixaram o Fluminense para o Manchester United. O primeiro está lá até hoje, mas nunca conseguiu se firmar como titular absoluto. O segundo perdeu espaço e agora joga no Cardiff City.
Fábio Rochemback Saiu do Internacional para o Barcelona, em 2001, a preço de futuro melhor do mundo. Não foi o caso. Serviu à seleção brasileira, jogou em Portugal e na Inglaterra, voltou ao Grêmio e hoje está no Chipre. É um país ao sul da Turquia.
Anderson O que falar do meia driblador que virou um volante pouco eficaz? Parecia ser o novo Ronaldinho Gaúcho, chegou a ter boa temporada no Manchester United depois de deixar o Porto, mas perdeu espaço e dreads ao longo dos anos. Hoje, na Fiorentina, nem briga por vaga na seleção brasileira.
Paulo Henrique Ganso O preferido da crítica no primeiro semestre de 2010 virou argumento para apontar falhas na convocação do técnico Dunga – que também não levou Neymar à África do Sul, mas na época Ganso parecia mais promissor. Hoje, não é nem titular absoluto do São Paulo e, desde os Jogos Olímpicos de 2012 não vai à seleção.
Diego A versão mais antiga de Ganso deu mais certo. Diego passou por clubes importantes da Europa, como Atlético de Madrid, Juventus e Porto, e fez carreira de sucesso na Alemanha, no Wolfsburg e no Werder Bremen. Pagou o preço por ser contemporâneo de alguns que foram melhores do mundo, mas também nunca conseguiu grande sequência na seleção.
Ronaldinho “Ah, mas ele está velho!”. Não, não está. Tem 34 anos e foi o melhor jogador do mundo, chegou a ser encantador no Barcelona. Andrea Pirlo, Miroslav Klose, Frank Lampard… todos esses são mais velhos do que ele e jogaram a Copa do Mundo.
Kaká
Último a ser eleito melhor jogador do mundo (2007) antes dos inatingíveis Lionel Messi e Crisitiano Ronaldo, decidiu se transferir para um time recém chegado à primeira divisão do futebol dos Estados Unidos enquanto a Copa do Mundo no Brasil acontecia. Aos 32 anos, deixou os momentos brilhantes no passado, e jogará pelos próximos seis meses emprestado ao São Paulo.
Leandro Lima
Meia rápido, com chegada, apareceu bem na seleção brasileira sub-20 em 2007. Mas no mesmo ano descobriu-se que ele tinha mais de 20 anos. Dizia ser de 1987 quando na verdade nascera em 1985. Do Porto, viu a carreira despencar. Hoje joga na Coreia do Sul.
Lulinha
Um case em previsões furadas do futebol. Talvez o maior deles ao lado de Kerlon, o foquinha. Apareceu no Corinthians como meia rápido, com excelentes passagens nas categorias de base do clube e da seleção. Mas nunca conseguiu jogar uma parcela disso na categoria profissional. Se há oito anos interessou ao Chelsea, hoje joga no Ceará.
Daniel Carvalho
Refrigerantes, lanche fora de hora, problemas com o peso. Pensava-se que seria candidato à camisa 10 da seleção, mas hoje está jogando futsal depois de desistir dos campos.
Adriano
O dono da camisa 9. O melhor camisa 9 que o Brasil não teve. Aquele que permitiu a Fred uma Copa do Mundo como titular. O sucessor de Ronaldo que ficou pelo caminho. Talvez o caso mais intenso de queda de rendimento repentina e inexplicável do futebol brasileiro. Em 2006 era considerado um dos melhores atacantes do mundo, mas desde então passou por cinco clubes, colecionou problemas disciplinares, perdeu completamente a forma física e hoje está desempregado.
Robinho
Sempre correspondeu na seleção. Mas foi tão mal nos últimos anos que perdeu o único lugar que parecia certo. Um dia sucessor de Pelé, no outro reserva de Bernard.
Alexandre Pato Cinco anos não tão maravilhosos na Europa, série inacreditável de lesões e o retorno para o Brasil. Chutado pela torcida do Corinthians, tentou se reerguer no São Paulo. Não teve tempo para chegar à Copa do Mundo.
