Um novo pedido de impeachment do governador Wilson Lima foi protocolado na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O detalhe é que o autor da iniciativa, Marco Vicenzo, é um advogado de Brasília muito ligado ao deputado Josué Neto (Patriota), presidente de Assembleia e inimigo político do governador.
A iniciativa repete basicamente as alegações do primeiro processo de impeachment, suspenso por decisão judicial, acrescidas da responsabilização do governador pelo colapso no sistema público de saúde no Estado, com ocupação total de leitos e o fim dos estoque de oxigênio para pacientes de covid-19.
Wilson Lima trava uma verdadeira guerra de “vida e morte” com grande parte dos deputados estaduais, que no início de dezembro mudaram a Constituição estadual para antecipar a eleição do presidente da Assembleia a ser empossado em fevereiro. A antecipação surpreendeu a bancada governista que começava a articular uma candidatura à sucessão, na Assembleia. Também esta questão foi judicializada.
O advogado Marco Vicenzo informou na manhã deste domingo (17) que o pedido de impeachment que assina “vai abrir sessão extraordinária na terça-feira”, dia 19. A ação inclui também o impeachment do vice-governador Carlos Almeida Filho, apontado como “eminência parda” do governo estadual.
Velhas e novas alegações – No documento, Vicenzo historia as denúncias contra o governo do Amazonas, incluindo a compra de respiradores em uma empresa especializada na comercialização de vinhos e a suspeita de superfaturamento de materiais adquiridos para o combate à pandemia de coronavírus.
Na denúncia, o advogado ligado ao presidente da Assembleia atribui ao Ministério Público Federal a afirmação da existência de “indícios robustos” de que o vice-governador detinha o controle completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão.”
Vicenzo enumera perguntas, no pedido de impeachment, que resumem suas alegações: “em que outro local do mundo se compra respiradores de uma adega? Como não se percebe uma compra superfaturada em mais de 130%, no curso de mortes constantes de seus cidadãos, sem conluio ou, no mínimo, desídia administrativa? Como um gestor não é capaz de perceber que está acabando os cilindros de oxigênio de seu sistema de saúde, antecipando-se à carência total?”