Guerra

Netanyahu diz que Israel está ‘a um passo da vitória’ e retira tropas do sul de Gaza

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (7) que Israel está “a um passo da vitória” na guerra em Gaza e que não haverá um cessar-fogo até que o Hamas liberte todos os reféns. “Estamos a um passo da vitória. Mas o preço que pagamos é doloroso e desolador”, declarou Netanyahu em um discurso perante o conselho de ministros no dia em que se completa seis meses da guerra que eclodiu em 7 de outubro, após um ataque sem precedentes do grupo islamista palestino Hamas em solo israelense. “Não haverá cessar-fogo sem o retorno dos reféns. Isso simplesmente não acontecerá”, acrescentou. O Exército israelense afirmou, ainda, que retirou suas tropas do sul de Gaza neste domingo (7), onde diversas cidades ficaram destruídas, sobretudo Khan Yunis, a principal da região e cidade natal do líder do Hamas, Yahya Sinwar. “Hoje, domingo, 7 de abril, a 98ª Divisão de Comando das FDI [Forças de Defesa de Israel] concluiu sua missão em Khan Yunis”, informou. No entanto, as forças de segurança de Israel indicaram que continuarão operando no território palestino sitiado para “realizar operações precisas baseadas em inteligência”.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou que as tropas se retiraram de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, para “se preparar” para suas próximas missões, incluindo uma operação em Rafah. “Nossas forças estão se preparando para suas próximas missões na área de Rafah”, afirmou depois que o Exército israelense anunciou que tinha desmantelado as operações do movimento islamista palestino Hamas em Khan Yunis, uma cidade localizada a norte de Rafah onde há cerca de 1,5 milhão de palestinos. Já o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, anunciou que 33.175 pessoas morreram no território palestino desde o início da guerra com Israel. Em comunicado, o ministério relatou 38 mortes nas últimas 24 horas e um total de 75.886 feridos na guerra contra Israel.

Apesar desta retirada parcial no sul de Gaza, nesta madrugada, as forças de segurança israelenses bombardearam o leste do Líbano, local com forte presença do Hezbollah, informou uma fonte próxima deste movimento pró-Irã, embora a Defesa Civil não tenha reportado vítimas. Os ataques israelenses tiveram como alvo duas áreas do Vale do Bekaa, Khanta e Sifri. Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, as trocas de ataques têm sido diárias entre o Exército israelense e o Hezbollah, que afirma apoiar o Hamas em sua guerra em Gaza.

Retorno de deslocados  – O conflito também deixou milhares de pessoas deslocadas internamente, segundo a ONU, tendo a maioria se refugiado em Rafah, na fronteira fechada com o Egito, onde a ONU estima que estão cerca de 1,5 milhão de palestinos. Após o anúncio do Exército israelense, dezenas de refugiados palestinos em Rafah iniciaram sua viagem de retorno a Khan Yunis a pé, de carro ou em carroças. Neste domingo, caminhões carregados com ajuda humanitária entraram em Rafah procedentes do Egito. Suprimentos médicos também chegaram ao complexo médico Kamal Adwan em Beit Lahia, no norte do território. A guerra começou em 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o sul de Israel e matou 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Os combatentes palestinos também sequestraram 250 pessoas, das quais 129 permanecem detidas em Gaza, incluindo 34 que teriam morrido, segundo as autoridades israelenses. O grupo islamista palestino confirmou anteriormente que suas principais exigências são um cessar-fogo completo em Gaza, a retirada das forças israelenses e o retorno dos palestinos deslocados.

Netanyahu está sob crescente pressão interna para libertar os reféns. Na noite de sábado, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram para exigir sua renúncia, e no domingo, familiares dos reféns reuniram-se em Tel Aviv para exigir a sua libertação. A ofensiva aérea e terrestre lançada por Israel em resposta deixou pelo menos 33.175 mortos em Gaza, segundo o último balanço do Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007. Israel também impôs um cerco “completo” ao território, impedindo a entrada de água, combustível e alimentos. No final de novembro, uma primeira trégua permitiu a entrada de ajuda em Gaza e a troca de uma centena de reféns por prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses, mas a ajuda, que chega aos poucos e requer a aprovação de Israel, não é suficiente.

Nova rodada de negociações  – Na última quinta-feira, o presidente americano, Joe Biden, exigiu que Netanyahu chegasse a um acordo para um cessar-fogo e insistiu na necessidade de aumentar o fluxo de ajuda para Gaza. Biden, cujo governo é o principal fornecedor de armas de Israel, também sugeriu, pela primeira vez, condicionar a ajuda dos EUA a Israel a uma redução nas mortes de civis e a uma maior entrada de ajuda humanitária no território palestino. Os diálogos entre as duas autoridades ocorreram após Israel ter anunciado a demissão de dois oficiais responsáveis pela morte de sete trabalhadores humanitários, na sua maioria estrangeiros, no ataque contra um comboio da ONG World Central Kitchen (WCK) na Faixa de Gaza.

Fonte: Jovem Pan

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