Diante de um desempenho tímido em um antigo quintal do PSDB, o candidato à Presidência Geraldo Alckmin dedicou a terça-feira (28) para se aproximar do agronegócio gaúcho. Depois de uma passagem por Pelotas e Caxias do Sul, o tucano chegou pela manhã em Porto Alegre, onde visitou a Santa Casa, e seguiu para Esteio. Na Expointer, almoçou com lideranças da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) — no início do evento, nem todos os 89 lugares estavam preenchidos — e defendeu o armamento em propriedades rurais.
Alckmin circulou ao lado de sua vice, Ana Amélia Lemos (PP), do candidato do PSDB ao governo do Estado, Eduardo Leite, e do prefeito da Capital, Nelson Marchezan. Perguntado sobre como atrair o eleitorado gaúcho, recorreu ao capital político de sua caudatária, ligada ao agronegócio:
“A Ana Amélia, mulher, séria, comprometida e experiente.”
Pela mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, o ex-governador paulista tem 5% das intenções de voto no Sul, enquanto Jair Bolsonaro (PSL) lidera com 28% do eleitorado. A campanha tucana aposta nos gaúchos como um eleitorado a ser conquistado. Na segunda-feira (27), Alckmin direcionou as suas críticas ao militar reformado. Em Pelotas, disse que a candidatura de Bolsonaro é “inviável” e “uma coisa transitória”.
“A nossa preocupação não é com os nossos concorrentes”, desconversou, nesta terça-feira, ao ser questionado sobre a sua estratégia de converter simpatizantes de Bolsonaro. “O agronegócio é um dos polos mais dinâmicos da economia brasileira, que segurou o emprego, a renda e gerou superávit na balança comercial. Precisamos apoiá-lo com seguro de renda, previsibilidade no crédito e infraestrutura”, completou.
Em comum, as agendas de Alckmin e Bolsonaro elegeram a Expointer para sinalizar a afinidade com o meio rural. Porém, é o líder nas pesquisas na região quem tem se mostrado mais popular entre representantes do setor — teste ao qual será submetido na quarta-feira (28), também em Esteio.