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Na Paraíba, 60% dos eleitores não têm nível fundamental

educacion_jornalmauaNovo levantamento divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que 1,7 milhão de eleitores da Paraíba (60,9%) não concluíram o ensino fundamental.

Nesta faixa, estão os analfabetos, os que sabem apenas ler e escrever e quem tem o fundamental incompleto. Esta fatia do eleitorado é suficiente para eleger 28 deputados estaduais e nove federais. Para o cientista político e professor da UFCG, Fábio Machado, este conjunto da população paraibana não está, supostamente, preparado para fazer uma escolha adequada e qualificada dos candidatos

A projeção é feita com base em um quociente eleitoral de 60 mil votos para eleger um candidato à Assembleia Legislativa e de 178 mil votos para a Câmara Federal. Para o pleito de outubro, 2.832.737 de eleitores paraibanos estão aptos para votar nos candidatos a presidente da República, governador, senador, deputado federal e estadual. Para a Câmara Federal, serão eleitos 12 parlamentares, e 36 para a Casa de Epitácio Pessoa.

 

De acordo com o TSE, 280.519 eleitores paraibanos são declarados analfabetos, o equivalente a 9,9% do total. Por sua vez, 648.243 (22,8%) sabem ler e escrever e 798.651 (28,1%) revelam que têm o ensino fundamental incompleto.

 

Na outra ponta, 162.658 (5,7%) que estão aptos a votar possuem o diploma de ensino superior, enquanto 95.675 (3,3%) não concluíram a graduação.

Qualificação

O professor Fábio Machado ressaltou que não há estudo científico que mostre a correlação do voto com o nível de escolaridade do eleitor e a eleição de bons ou maus agentes públicos, mas há uma suposta tendência de que o cidadão mais instruído pode fazer uma escolha qualificada.

 

“Você pode entender de política sem necessariamente passar pelos bancos das escolas. Todavia, existe essa tendência de correlacionar o fato de que pessoas que tenham escolaridade menor, supostamente, a gente imagine que possuam um nível menos complexo de leitura e que efetivamente podem fazer uma escolha de candidato de forma mais imediata, um toma lá dá cá (assistencialismo) ou coisa desse tipo”, comentou o cientista político. Em princípio, acrescentou Fábio Machado, se a população tivesse um nível de escolaridade maior, analisaria “coisas deletérias” da política da Paraíba.

 

“Para mim é a antipolítica isso que se está fazendo agora na Paraíba”, concluiu.

Jornal da Paraíba

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