Após o registro de 59 notificações relacionadas à intoxicação por metanol até a noite desta quinta-feira (2) — sendo 12 confirmadas, incluindo um caso em Brasília, além de uma morte confirmada e outras sete em investigação (duas em Pernambuco e outras cinco em São Paulo) —, um alerta se acendeu: o que é metanol? É possível identificá-lo na bebida?
O biólogo e mestre em Ecologia Dani Gonçalves da Silva Pinheiro explica que, sob o ponto de vista biológico, o metanol é uma molécula simples (CH₃OH), que pode ser encontrada em pequenas quantidades na natureza, produzida em processos de decomposição vegetal e até mesmo por algumas frutas em fermentação. No entanto, quando ingerido ou inalado em quantidades relevantes, torna-se um veneno potente.
“Apesar dos riscos, o metanol tem usos importantes na indústria: ele serve como matéria-prima para a fabricação de plásticos, solventes, combustíveis e até como alternativa energética em células a combustível”, frisa Dani Pinheiro.
O problema, porém, é quando esse composto começa a ser usado para adulterar bebidas alcóolicas. Após 48 horas, seu efeito pode ser mortal, como nos casos notificados até o momento.
Efeitos no organismo – Conforme o Conselho Federal de Química, a ingestão de metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, vômito, tontura e depressão do sistema nervoso central. O perigo maior, no entanto, aparece nos efeitos tardios: o metanol pode causar danos permanentes à visão.
Prevenção e controle – Como não é possível identificar o metanol em uma garrafa de bebida, uma vez que ele é transparente, o ideal é sempre verificar a procedência da garrafa e desconfiar de preços muito abaixo dos praticados no mercado.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, que o governo federal trabalha em conjunto com estados e municípios, além da Anvisa, para monitorar casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas e coordenar medidas necessárias.
Padilha também pediu que os brasileiros não consumam bebidas destiladas – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, que o governo federal trabalha em conjunto com estados e municípios, além da Anvisa, para monitorar casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas e coordenar medidas necessárias. Padilha também pediu que os brasileiros não consumam bebidas destiladas.
“Recomendo, na condição de ministro da Saúde, mas também como médico: evite, neste momento, ingerir um produto destilado, sobretudo os incolores, que você não tem a absoluta certeza da origem dele. Não estou falando de um produto essencial para a vida das pessoas, um produto da cesta básica. É um produto que é objeto de lazer. Não faz problema nenhum na vida de ninguém evitar o consumo desses destilados”, afirmou.
R7