O Movimento Democrático Brasileiro do Distrito Federal (MDB-DF) encaminhou ao Ministério Público Federal (MPF) uma notícia de fato pedindo a apuração de denúncias envolvendo o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli (PSB).
O político é acusado de utilizar a estrutura da agência, que é ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para fins pessoais e eleitorais.
Conforme o documento, assinado pelos advogados Bruno Rangel e Juan Nogueira, a agência registrou um aumento expressivo nos gastos com publicidade desde a chegada de Cappelli à presidência da ABDI.
Em 2022, os gastos foram de R$398.717,19; em 2024, saltaram para R$ 4.452.320,85; e, até outubro de 2025, já chegavam a R$ 9.655.834,09.
As suspeitas vieram à tona após reportagem do Diário do Poder, na qual ex-integrantes da ABDI relataram ao jornal a existência de um suposto “bunker político” no Setor Comercial Sul, em Brasília.
Segundo as informações, uma sala no Edifício Ariston teria sido usada para produzir conteúdos de campanha, interagir com eleitores nas redes sociais e atacar adversários políticos.
O espaço seria coordenado por Bruno Trezena, gerente de marketing da ABDI, e funcionaria de maneira paralela à comunicação oficial da agência, o que, se confirmado, pode caracterizar campanha eleitoral antecipada e uso indevido de recursos públicos.
Filiado ao PSB, Ricardo Cappelli é pré-candidato ao Governo do Distrito Federal (GDF) nas eleições de 2026. Para o MDB-DF, as denúncias tornam urgente uma investigação independente, já que envolvem possíveis violações administrativas e eleitorais.
Senadora Damares pede explicações ao Ministério de Alckmin – As suspeitas também chegaram ao Senado. A senadora Damares Alves (Rep-DF) protocolou, na última sexta-feira (14), um requerimento oficial direcionado ao Ministério do Desenvolvimento, chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
A parlamentar pede esclarecimentos sobre a denúncia e quer saber se há investigação interna em andamento.
Damares também solicitou:
- cópia dos contratos de publicidade firmados pela ABDI nos últimos 24 meses;
- informações completas sobre o orçamento de comunicação da agência e sua execução;
- detalhes sobre eventuais normativos internos destinados a coibir uso político da estrutura pública.
A senadora lembrou que o uso de órgãos públicos para fins eleitorais é proibido por lei e pode resultar em processos administrativos e criminais por improbidade. O ministro Geraldo Alckmin terá até 30 dias para responder o requerimento.
DP – Mael Vale