O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua preocupação com a disparidade entre o orçamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e os gastos globais em armamentos. Ele destacou que a OMS conta com um financiamento anual de apenas US$ 2 bilhões, enquanto os investimentos em conflitos armados alcançam a impressionante cifra de US$ 2,4 trilhões. Lula enfatizou que é alarmante que nações ricas priorizem a destruição em vez de ações que salvem vidas. Em um discurso ao lado do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, Lula fez uma análise da Rodada de Investimentos da organização, que visa arrecadar US$ 7,1 bilhões nos próximos quatro anos. Adhanom revelou que a OMS já recebeu 70 promessas de doações, totalizando US$ 1,7 bilhão, com uma parte significativa proveniente de novos doadores, o que demonstra um aumento no apoio à saúde global.
O presidente brasileiro também se comprometeu a pressionar os líderes do G20 para que alocassem mais recursos à OMS, criticando a negligência dos países desenvolvidos em relação às necessidades das populações mais vulneráveis. Lula ressaltou a importância de incluir a saúde global nas discussões do G20, lembrando a escassez de vacinas enfrentada por nações africanas durante a pandemia de Covid-19. A declaração final do G20 endossou a Rodada de Investimentos da OMS como uma estratégia essencial para financiar suas operações e fortalecer os sistemas de saúde ao redor do mundo. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a urgência de reavaliar a governança global para garantir maior equidade e justiça entre as nações. Além disso, Lula solicitou que os países adiantem suas metas de neutralidade nas emissões de gases de efeito estufa em até dez anos, durante a sessão de encerramento da cúpula.
Jovem Pan – Foto: Antonio Lacerda