O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmando que a instituição não pode ser dirigida por alguém com “viés político”. Lula, que está em Salvador para as comemorações do Dia da Independência do Brasil na Bahia, celebrado neste dia 2 de julho, destacou que, apesar das críticas, aguardará o fim do mandato de Campos Neto para indicar um novo presidente para o BC. “Quando a gente indica um presidente do Banco Central, do Banco do Brasil, da Petrobras, não indica a pessoas para fazer o que a gente quer. As empresas têm diretoria, têm conselho. E o Banco Central tem uma função: cuidar da política monetária desse país e atingir a meta da inflação. Por isso a gente acabou de aprovar a meta da inflação em 3%. O que não dá é para ter um presidente do Banco Central com viés político. Eu não posso fazer nada porque ele tem o mandato. Tenho que esperar ele terminar o mandato e indicar alguém”, declarou Lula em entrevista à Rádio Sociedade.
O chefe do Executivo também abordou a alta do dólar, atribuindo o aumento à especulação gerada por suas declarações em outras entrevistas. O presidente defendeu intervenção do governo federal para conter a alta da divisa estrangeira. “Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real”, disse Lula. “Nós temos que fazer alguma coisa. Eu não posso falar porque se não estaria alertando meus adversários. Eu tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Estou voltando quarta-feira, vou ter uma reunião.”
Além das críticas ao Banco Central, Lula comentou sobre a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele solicitou que Haddad apresente casos de excessos de gastos para que o governo possa tomar as devidas providências. Haddad, por sua vez, informou que se reunirá com Lula para discutir a economia do país, incluindo a revisão de gastos e o cumprimento da meta fiscal para 2024 e 2025. A reunião também abordará medidas de desoneração da folha de pagamento de 17 setores e ações para atender o estado de calamidade no Rio Grande do Sul.
Fonte: Jovem Pan – Foto: Ricardo Stuckert