A Procuradoria Geral da República (PGR) assinou acordo de delação premiada com o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. O termo foi fechado depois de dois anos de negociações e implica pelo menos 14 políticos, entre eles o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o ex-presidente Lula. As informações são do jornal O Globo.
Uma das razões para a demora da finalização do acordo foi o pedido de inclusão da família Mata Pires como delatores no processo, proposta que foi rejeitada. Cézar Mata Pires, um dos proprietários da empreiteira, chegou a ser preso pela Lava Jato, mas foi solto após pagamento de fiança de R$ 29 milhões. A PGR fechou acordo somente com Léo Pinheiro, recusando as propostas da família Mata Pires e dos acionistas da OAS.
Na delação, Pinheiro detalhou o repasse de recursos via caixa dois em 2012 para a campanha à prefeitura do Rio de Eduardo Paes (MDB). Também relatou o pagamento de propina ao ex-presidente Lula feitos através do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia.
Além disso, nos anexos da delação constam relatos de lavagem de dinheiro para o pagamento de propinas para políticos, feitos através de operações em instituições financeiras. Estão envolvidos no esquema pelo menos 14 políticos de partidos como PSDB, MDB, PP, PT e DEM.
O acordo foi assinado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no início deste ano e enviado para homologação do relator do caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. Após a homologação, que só ocorrerá após o recesso do judiciário, Dodge poderá instaurar novas investigações a partir das delações de Pinheiro.